Agro News
Sem perspectiva de quebra de safra, cotonicultores de MT também querem auxílio do Governo Federal
Conteúdo/ODOC – Mesmo com cenário de aumento de área plantada de algodão em 13,3% e da produção em 3,5%, os cotonicultores seguiram os produtores de soja e pedem subsídios e auxílio ao Governo Federal. Contudo, a situação financeira dos produtores de soja e de milho é bem diferente com a perspectiva de quebra de safra e de baixos preços das commodities.
“Queremos nos antecipar para que aqueles que precisem possam ter auxílio. Outra coisa importante é que na prática não existe essa separação, estamos todos juntos, algodão, soja e milho. Quem planta soja, planta milho e algodão, não são coisas separadas e não estamos imunes a esse problema climático”, justificou o vice-presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Orcival Guimarães.
Em uma decisão tomada na reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados (CSAD), do Ministério da Agricultura, os produtores de algodão vão entregar ao governo federal documento com medidas emergenciais de apoio ao setor.
Conforme comunicado da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o objetivo é tentar diminuir os efeitos da quebra de safra da soja pelas adversidades climáticas, potencializadas pelo El Niño.
“Se tiver seca na safrinha de milho vai pegar o algodão também. As previsões são de que as chuvas vão se encerrar até abril e o algodão vai ter um problema muito grande por ser plantado fora da janela, é um risco alto. Isso porque para ter uma boa janela para a segunda safra de algodão precisa ser plantada a soja precoce, com até 105 dias, e essa foi a soja mais afetada pela seca, que pegou bem na época do enchimento do grão”, justificou Orcival Guimarães.
A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) entregou um documento ao Mapa pedindo a destinação de R$ 500 milhões do Tesouro para suportar o alongamento das dívidas dos produtores do estado, conforme prevê o Manual de Crédito Rural (MCR). Além disso, propôs a criação de duas linhas emergenciais de crédito, a primeira em dólar, no montante de US$ 1,95 bilhão via BNDES, com taxa de 5,5% ao ano, mais variação cambial.
O vice-presidente da Ampa disse ainda que o aumento da área plantada do algodão já havia sido planejado antes mesmo do problema da seca, causada pelo El Niño. Ele alegou que com a antecipação do plantio da soja, abriu mais janela para plantar algodão.
“Outro fator que contribuiu para isso foi que o milho está ruim, não está fechando a conta, como não está fechando a conta da soja também. Mas aí é uma opção tomada por cada produtor. Na Boa Esperança Agropecuária a gente mudou, foi do milho para o algodão, plantou zero milho. Aumentou a área normal de algodão e deu mais janela para plantar a segunda safra devido à antecipação da soja”.
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