Opinião
ONOFRE RIBEIRO – Eleição 2022 indefinida
No último dia 25, comemorando o Dia da Indústria, a Federação das Indústrias de Mato Grosso – Fiemt, convidou o palestrante Bruno Carazza, colunista do jornal valor Econômico e professor da Fundação Dom Cabral.
O tema foi a leitura dos cenários do Brasil em 2022 e as perspectivas de 2023, considerando as eleições gerais deste ano.
Relato abaixo algumas das suas observações. Lembro que o público presente no centro de eventos do Senai MT, na av. 15 de novembro, convidados da Fiemt eram na maioria industriais e familiares ou convidados. Ali estava parte significativa dos industriais no Estado.
Segundo o palestrante, alguns cenários podem ser descritos assim:
1 – O eleitor brasileiro sempre define o seu voto definitivo em setembro. Neste ano definiu em maio, segundo as pesquisas;
2 – A eleição está absolutamente indefinida mesmo assim, por conta das variáveis da polarização entre Bolsonaro e Lula e por conta de varáveis externas da economia;
3 – O Brasil está sendo afetado neste momento por 3 grandes impactos de origem externa: a guerra na Ucrânia, o lockdown na China e fatores climáticos mundiais;
4 – Quatro impactos internos: a inflação de 2022 e a esperada de 4% em 2023, os juros bancários na faixa dos 9% em 2023, o PIB em 0,5% em 2023 e o dólar na faixa de R$5,1;
5 – Por conta do regime mundial de inflação e os seus efeitos sobre o agronegócio brasileiro, a safra 2022/2023 será a mais cara da História;
6 – No campo da eleição presidencial, além dela estar indefinida, há também a questão da segurança jurídica que hoje é péssima no Brasil por conta da polarização eleitoral e do Estado inchado, caro e da burocracia estatal;
7 – Durante a palestra foi feita uma enquete interativa instantânea usando o celular dos presentes sobre a pergunta: “quem você acha que vencerá as eleições de 2022?”. A resposta foi 60% para Bolsonaro e 30% para Lula. Sobre as variações do câmbio a enquete mostrou que com Bolsonaro o câmbio tende a ficar em R$5, e com Lula passa de R$
6, por insegurança jurídica.
Porém, o ponto mais relevante da palestra ficou no campo da geopolítica. Segundo o palestrante, a guerra da Rússia-Ucrânia, está levando o mundo à polarização China-Rússia e Otan-EUA. O mundo ocidental está preocupado com a atual dependência da China no fornecimento de insumos e de produtos industrializados.
Assim, considera-se a intenção de buscar um país neutro pra investimentos que neutralizem o poder atual da China sobre as economias dos países ocidentais. O Brasil seria esse país.
Daí a relevância da eleição presidencial brasileira, até então considerada a segunda mais importante no mundo. Numa possibilidade como essa, a segurança jurídica no Brasil será absolutamente fundamental. Por isso que a eleição neste momento está longe de estar definida.
Por pior que sejam os cenários internos brasileiros neste momento, até o dia das eleições um mundo de fatos novos ainda podem acontecer.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
-
Política MT06/12/2024 - 20:50
Alvo de operação da Polícia Federal por suposto desvio de recursos, secretária adjunta pede exoneração
-
Opinião04/12/2024 - 13:10
BRUNA GHETTI – Hábitos saudáveis para mulheres 40+: desafios e ressignificações
-
Política MT05/12/2024 - 16:30
Mais votado, promotor Rodrigo Fonseca é nomeado pelo governador para o comando do Ministério Público
-
Policial10/12/2024 - 09:10
Dona de farmácia em Cuiabá, irmão e cunhada de líder de facção são alvos da PC por tráfico e lavagem
-
Policial10/12/2024 - 10:50
Vídeo mostra execução de empresário dentro de Hilux em MT; esposa ficou ferida
-
Geral07/12/2024 - 08:02
Casal é flagrado fazendo sexo dentro de escola em Sinop; vídeo viraliza nas redes sociais
-
Política MT07/12/2024 - 18:00
Grupo de vereadores descarta apoio a Paula Calil na disputa pela presidência da Câmara de Cuiabá
-
Política MT10/12/2024 - 09:25
TCE quer reunião entre prefeitos, Abílio e Flávia para evitar colapso na saúde de Cuiabá e Várzea Grande