Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Mato Grosso

Em 2 anos, garimpos ilegais extraem 14 t de ouro em MT; ativo “mascarado” soma mais de R$ 4,2 bilhões

Publicado

O processo de degradação continua avançando, lembram os ambientalistas

Mato Grosso e Pará, que fazem parte da Amazônia Legal, concentraram os casos irregulares – ilegais e potencialmente ilegais – de exploração degradante de ouro nos últimos dois anos (20 e 21). O estudo “Legalidade da produção de ouro no Brasil”, produzido pelo Centro de Sensoriamento Remoto e o Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), indicou ainda que foram exploradas 31,9 toneladas irregulares de ouro nesses Estados.

Não por coincidência, as Unidades Federativas (UFs) registraram 91% do total de 21 mil hectares (ha) de área desmatada na Amazônia, de mineração em dois anos, de acordo com o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Do total desmatado no período, para o garimpo, 5 mil ha foram dentro de Terras Indígenas (TI) homologadas, com destaque para a TI Kayapó, com 2.137 ha, e Munduruku com 1.925 ha, ambas no Pará, mostra o relatório.

A produção bruta de ouro apenas em 2020 chegou à marca de 121,5 toneladas. O principal polo de extração é o Estado de Minas Gerais, com 38,5 toneladas, seguido do Pará, com 32,7 toneladas, e de Mato Grosso, com 14,6 toneladas. “Contudo, a real origem do minério reportado nos dados oficiais pode ser facilmente mascarada pelo processo conhecido como o “esquentamento” do ouro – espécie de “lavagem” – por meio do qual a produção ilegal de garimpos entra no mercado e pode circular entre instituições financeiras, joalherias e até mesmo ser exportado sob a condição de ouro legal”, diz o estudo.

O ouro deve, por lei, ser vendido na condição de ativo financeiro a uma Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil (Bacen) (16). Porém, na prática há venda de ouro oriundo de garimpo a estabelecimentos que comercializam ouro sob a forma de mercadoria.

 

O garimpo ilegal dentro de TIs é uma prática que põe em risco o ecossistema, a saúde e o bem-estar dos indígenas. Outro estudo, realizado pela Fundação Oswald Cruz (Fiocruz), em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) WWF-Brasil, apontou que a contaminação por mercúrio afeta nove em cada dez indígenas Munduruku que vivem às margens dos rios.

Baseado no estudo referente à legalidade do ouro, o MPF recomendou que a Agência Nacional de Mineração (ANM) adote providências para impedir que o ouro extraído ilegalmente de terras indígenas tenha sua origem falseada.

À União foi recomendado que os recursos financeiros e humanos necessários sejam empregados para a instituição dos sistemas de certificação de origem de rastreabilidade do ouro (ANM) e nota fiscal eletrônica (RFB), investigação, com prioridade, de crimes associados e praticados por “adquirentes de ouro de origem ilegal proveniente das terras indígenas”; e que os órgãos competentes estabeleçam uma agenda para ouvir os relatos dos indígenas Munduruku ameaçados e vítimas de atos de violência.

publicidade
Clique para comentar

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política MT

Policial

Mato Grosso

Esportes

Entretenimento

Mais Lidas da Semana