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Opinião

DIRCEU CARDOSO – Fim do DOC

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Ainda lembro-me do tempo de menino, décadas atrás, quando conheci homens e mulheres de negócios que lucravam emitindo cheques para ser depositados em outras praças. Num tempo de inflação galopante, o lucro vinha dos juros de dois ou três dias que o cheque, que é uma ordem de pagamento à vista, demorava para chegar à agência e conta do titular.

Quanto mais longe a agência de depósito, mais lucrativo, porque o transporte era feito de automóvel que levava  os malotes (e naquela época não eram interceptados como hoje fazem os neocangaceiros em relação aos transportadores de valores e até às agências bancárias). Os tempos eram mais calmos, o computador e a internet ainda não eram presentes, embora estivessem para chegar.

Hoje leio que o DOC (Documento de Ordem de Crédito), primeira transferência eletrônica de valores instituída há quase 40 anos pelo Banco Central e operada pela rede bancária, deixará de funcionar na próxima segunda-feira, 15 de janeiro. Quem diria que isso, um dia, iria acontecer?

O recurso que acabou com os cheques viajantes também está chegando ao fim. Mas por outras razões. O PIX (Pagamento Instantâneo)– que ainda é gratuito – arrebatou a clientela de transferência e, graças às facilidades tecnológicas, coloca os valores de imediato na conta do beneficiado.

Noticia-se a montagem de vários recursos além da simples transferência, que darão segurança ao processo e – fatalmente – colocarão serviços menos arrojados na mesma lixeira para onde irá o outrora apreciado DOC. Mas não se alegrem (excessivamente) os usuários. O BC já informou que vai taxar o PIX. Precisamos conhecer detalhes para poder continuar utilizando-o com suas vantagens e dentro do equilíbrio financeiro. É a modernidade se consolidando na área.

A informática, as redes de comunicação e principalmente o smartphone conferiram mobilidade ao setor. O dinheiro circula rapidamente entre as diferentes instâncias e o usuário do sistema não precisa comparecer ao seu banco com a frequência de antigamente, quando um simples pagamento (a fazer ou receber) exigia a presença na agência. Mas tudo tem seu custo e até os inconvenientes.

Hoje, verifica-se o ambiente digital infestado de golpistas que, se passando por gente honesta (e até por corporação acima der qualquer suspeita), oferecem negócios e vantagens para os usuários e nem sempre honram o que dizem, pois sua ação não passa de estelionato. O mais recente é o esquema de ganhar dinheiro curtindo fotos, notícias e outras publicações.

Os golpistas chegam a pagar as primeiras curtidas e, quando veem o cliente fisgado e tranquilo, dão o bote. Oferecem um negócio vantajoso que, para participar, tem de investir bem mais do que já ganhou. É aí que mora o perigo. Ao aderir e, principalmente, transferir o dinheiro, o cliente não consegue mais contato e percebe que foi enganado. Na verdade, é o antigo golpe de atrair a vítima, aplicado com as facilidades e a rapidez do meio eletrônico

Todos devemos nos acautelar para evitar prejuízos e até a  raiva (ou vergonha) de sermos enganados. Cada dia mais, temos de permanecer atentos e só realizar negócios com quem conhecemos ou apresenta sólidas garantias. Depois que se faz uma transferência a uma pe4ssoa ou instituição inidônea, o prejuízo já está concretizado.

Reverter é difícil e pode até custar mais do que o próprio dano financeiro. As instituições possuem esquemas de segurança e as autoridades financeiras têm regulamento rígidos. Mas, mesmo assim, o estelionatário – sempre ele – acha as brechas que podem enganar quem não estiver de olhos abertos.

Desconfie de tudo que oferece dinheiro fácil. Costuma ser engodo…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) [email protected]

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