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Economia

Dinheiro acaba antes do fim do mês para 63% dos trabalhadores com carteira assinada

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Dentre os trabalhadores com carteira assinada em empresas, 63% não possuem dinheiro suficiente para cobrir suas despesas básicas

Conteúdo/ODOC – O salário de cerca de R$ 1,2 mil líquidos e mais R$ 600 de cartão alimentação não são suficientes para quitar todas as despesas do auxiliar administrativo Mauro Nascimento, 49 anos, e é fonte de preocupação todos os meses. Morador de Cuiabá, ele conta com o salário da esposa para pagamento das despesas, mas nem o dela também é suficiente para os 30 dias.

“A gente acaba apelando para os cartões de crédito, vai pagando, libera crédito, usa para pagar contas e depois usa o resto para cobrir as despesas. A gente vive cobrindo um santo e descobrindo o outro. Precisamos melhorar a nossa renda”.

A situação vivida por Mauro e a esposa está dentro do universo dos 63% dos brasileiros não possuem dinheiro suficiente para cobrir suas despesas básicas. Os dados são revelados pela 3ª edição da Pesquisa “Hábitos e Impactos da Saúde Financeira dos Trabalhadores”, encomendada pelas fintechs Zetra e SalaryFits, em parceria com a On The Go, restech de pesquisa de mercado.

A falta de dinheiro suficiente afeta a saúde física e mental dos trabalhadores. Cerca de 58% se dizem estressados quando enfrentam a falta de dinheiro no fim do mês. Outra consequência é aumento de irritabilidade em casa (44%), diminuição da atenção (44%) e menor produtividade (34%). “Eu me sinto mal, acabo bebendo mais e afeta o meu casamento com o aumento das brigas. Ela sempre acha que gasto demais e eu também acho que ela faz o mesmo”, completou Mauro Nascimento.

A pesquisa constata que a saúde financeira do trabalhador pode se refletir diretamente na prosperidade ou o fracasso dos negócios. Por isso, segundo o estudo, as empresas também deixam de produzir e lucrar de maneira mais eficaz.

Mas a dificuldade de chegar ao final do mês com dinheiro não se limita a trabalhadores de baixa remuneração. A pesquisa revela, ainda, um problema de falta de planejamento financeiro em altos escalões: 55% daqueles que pertencem a famílias cuja renda está acima de 20 salários mínimos, o equivalente a R$ 26.040 – os chamados da classe A – são os que mais enfrentam dificuldades para chegar ao fim do mês com dinheiro no bolso.

A pesquisa classificou os gastos pessoais em três tipos: os essenciais, os necessários e os supérfluos. O último grupo, das despesas superficiais, engloba a renovação da academia ou do clube, viagens, artigos de luxo, tratamentos estéticos e bebidas alcoólicas. Por sua vez, nos consumos necessários – ou inevitáveis – estão a gasolina do carro, a assinatura de uma TV a cabo, por exemplo, ou de uma plataforma de streaming.

Por fim, os custos essenciais, que, como o próprio nome sugere, incluem moradia (aluguel, condomínio), alimentação básica, saúde, higiene, impostos, energia elétrica, internet, gás, transporte, manutenção da casa e seguros. São precisamente esses gastos que, no fim do mês, muitos brasileiros não têm dinheiro para cobrir.

Quando os 63% dos trabalhadores entrevistados se veem sem recursos para comprar ou pagar o básico, a alternativa é recorrer ao cartão de crédito ou freelas (24%). Por sua vez, 16% recorrem ao cheque especial, que possui uma taxa média de juros de 7,96% ao mês, para complementar a renda. E 10% dos empregados utilizam empréstimos bancários para cobrir suas despesas.

Dos entrevistados, 80% deles afirmam que, nos últimos cinco anos, passaram por problemas financeiros, sendo que 33% estão atualmente passando por esse mesmo obstáculo, um aumento considerável em relação a 2021, quando os índices eram 71% e 20%, respectivamente. Isso revela uma extrema dificuldade em resolver essa questão e lidar com o dinheiro, independentemente da renda. Não é à toa que a maioria (52%) ficou negativada no SPC ou Serasa nos últimos 12 meses. Um dado preocupante que demonstra que o perfil da dívida e opções mais sustentáveis têm papel central no equilíbrio financeiro das famílias.

A Zetra e a SalaryFits conversaram com pessoas registradas em carteira na iniciativa privada, funcionários públicos e pessoas jurídicas de todo o Brasil, com 22 anos ou mais, das classes A, B e C.

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