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Jurídico

Coronel Sales chora durante julgamento em Cuiabá e nega ter mandado matar detento que “virou anjo”

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Sales e outros quatros policiais estão sendo julgados pelo Tribunal do Júri pela morte de um detento que havia fugido do Carumbé em dezembro de 1996

Conteúdo/ODOC – O secretário municipal de Ordem Pública de Cuiabá, coronel da reserva da PM Leovaldo Emanoel Sales da Silva, negou ter mandado matar um detento após uma rebelião no antigo presídio do Carumbé, em dezembro de 1996, em Cuiabá. A declaração foi dada durante julgamento nesta segunda-feira (6), no Fórum da Capital. Sales e outros quatros policiais estão sendo julgados pelo Tribunal do Júri pela morte de Cláudio Andrade Gonçalves.

Durante o depoimento, o secretário chorou e disse que uma fala sua que ganhou repercussão nacional foi mal interpretada pela imprensa. À época, ao ser questionado pela reportagem da TV Centro América, sobre o paradeiro de Claudio, Sales disse: “Virou anjo”.

“Um cinegrafista sentou de frente e eu não percebi que a câmera estava ligada, e fiquei conversando com a repórter, de brincadeira. Foi aí que surgiu ‘virou anjo’. E não falei essa frase no sentido de debochar da condição do preso. Naquele momento, eu já conhecia sua ficha pregressa, e eu sabia que era um contumaz ladrão. Foi uma brincadeira”, disse.

Ele ressaltou que caso tivesse interesse de matar os detentos havia outras alternativas. “Eu quero dizer para as pessoas que me conhecem que eu não sou homem de mandar fazer coisas por mim, eu falo com emoção porque isso é verdadeiro. Eu não sou homem de mandar. Eu não faria isso”, declarou.

“Eu tinha um cenário de fuga, eu tinha possibilidade de introduzir esse preso de volta ao presídio e sabia que ele iria morrer logo em seguida. Porque optar em mandar matar e responsabilizar todos esses meninos? Essa denúncia é irresponsável”, concluiu.

O caso

Além de Salles, ainda respondem pela morte de Claudio o capitão da PM Mariano Cassiano de Camargo, o sargento Ângelo Cassiano de Camargo e os soldados Douglas Moura Lopes e José Luiz Vallejo Torres. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a rebelião culminou na fuga de 50 presos.

Por conta disso, o 3º Batalhão da Polícia Militar, que estava sob o comando do coronel Sales, foi acionado para recapturar os detentos.

Em 6 de janeiro de 1997, um mês após a fuga, dois cadáveres, com sinais de execução, na estrada de Barão de Melgaço, e foram enterrados como indigentes no cemitério público municipal de Campo Santo, no Parque Cuiabá.

Tempos depois foi realizada a exumação dos corpos, a pedido do MPE, e se comprovou que um deles era Cláudio de Andrade.

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