Opinião
CIBELE CASTRO – A fisioterapia pélvica reduzindo os impactos da endometriose
A fisioterapia pélvica tem um importante papel no tratamento da endometriose, uma condição ginecológica crônica caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora do útero. A endometriose pode causar dor intensa, alterações no ciclo menstrual e comprometimento da qualidade de vida.
Mas, como a fisioterapia pélvica pode contribuir no tratamento da endometriose e melhoria da qualidade de vida da paciente?
Vamos lá. A fisioterapia ajuda a aliviar a dor pélvica crônica. A endometriose frequentemente leva a espasmos musculares e disfunções na musculatura do assoalho pélvico, aumentando a dor.
Ela trabalha com técnicas de relaxamento e liberação miofascial para diminuir a tensão muscular e melhorar o fluxo sanguíneo na região.
A fisioterapia também corrige disfunções do assoalho pélvico. Pacientes com endometriose podem apresentar hipertonia ou enfraquecimento do assoalho pélvico, causando dores ao urinar, evacuar ou durante relações sexuais.
Por meio de exercícios de reeducação do assoalho pélvico é possível restaurar a função normal da musculatura.
Outra contribuição é na melhora na função sexual. A dor durante a relação (dispareunia) é comum em mulheres com endometriose. A fisioterapia pode melhorar essa condição por meio de alongamentos e técnicas de biofeedback que ajudam no relaxamento muscular.
Também podemos citar a melhoria do trânsito intestinal e função urinária. A endometriose pode afetar órgãos próximos, como bexiga e intestinos, levando a dificuldades para evacuar ou urinar. Técnicas de fisioterapia ajudam a otimizar a função desses órgãos, prevenindo constipação e aliviando desconfortos urinários.
A fisioterapia pélvica ainda favorece a promoção do bem-estar, redução do estresse e bem-estar geral do paciente. A dor crônica causa estresse emocional e impacto psicológico significativo. Técnicas de respiração diafragmática e alongamento global são usadas para reduzir o estresse e melhorar a percepção corporal.
Importante ressaltar também que a fisioterapia pélvica ajuda na reabilitação pós-cirúrgica, como a laparoscopia para remoção de focos de endometriose, evitando aderências e melhorando a mobilidade pélvica.
A fisioterapia pélvica oferece uma abordagem integrada e multidisciplinar no tratamento da endometriose, complementando outros cuidados médicos. Ao atuar sobre as disfunções musculares e aliviar a dor, ela promove uma melhora significativa na qualidade de vida das pacientes, auxiliando no manejo de sintomas físicos e emocionais.
Cibele Castro é fisioterapeuta pélvica e integra a equipe do Instituto Eladium, em Cuiabá-MT
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