Conteúdo/ODOC - A visita da vice-prefeita e secretária de Mobilidade Urbana de Cuiabá, Vânia Rosa (Novo), à Câmara Municipal nesta quinta-feira (7) foi marcada por tensão e troca de acusações com a presidente da Casa, vereadora Paula Calil (PL). O atrito expôs o desgaste entre o Executivo e o Legislativo, em meio à tentativa da gestora de explicar o contrato emergencial dos radares eletrônicos na capital.
Desde o início da sessão, o clima foi de insatisfação. Parte dos vereadores abandonou o plenário antes da fala da secretária, em protesto contra o que classificam como descaso no relacionamento institucional da Semob com o Parlamento. Entre os que deixaram seus assentos estavam Daniel Monteiro (Republicanos), Eduardo Magalhães (Republicanos), Gustavo Padilha (PSB) e Maria Avallone (PSDB).
Mesmo com o esvaziamento, a presidente da Câmara autorizou um espaço de cinco minutos para que Vânia Rosa falasse. A apresentação foi interrompida por divergências, e o líder do governo, vereador Dilemário Alencar (UB), propôs a convocação formal da secretária para prestar esclarecimentos com mais tempo e profundidade em data futura.
No entanto, antes de responder diretamente à acusação de ter ignorado a presidente do Legislativo, Vânia surpreendeu ao relatar um suposto caso de assédio político praticado por um parlamentar. Sem citar nomes, afirmou que medidas legais seriam tomadas. “Autoridades políticas, como eu, merecem respeito. Já houve um caso de assédio político aqui nesta Casa, tentamos relevar, mas se é para o embate, estamos prontos para ele”, declarou.
O conflito com Paula Calil surgiu após a vereadora relatar que tentou contato com Vânia para discutir demandas de comerciantes da Avenida das Torres, além de convidá-la para participar de um evento voltado a servidoras públicas. Segundo Paula, a secretária não retornou as ligações nem a recebeu.
Ao rebater a crítica, Vânia alegou que todos os vereadores são atendidos por sua equipe e afirmou que a acusação era falsa. “Recebo todos os parlamentares. Ontem mesmo o vereador Marcrean passou na secretaria, foi atendido, mas precisou esperar, pois eu estava em reunião. Agendamento é necessário para que todos sejam bem atendidos. Dizer que não atendo é inverdade, e difamação é crime previsto no Código Penal”, enfatizou.
Diante da resposta, Paula Calil negou ter cometido qualquer tipo de difamação e encerrou a fala da secretária. “Fui até a secretaria como representante eleita pelo povo. Em nenhum momento fui desrespeitosa. Mas acredito que, ao menos, poderia ter retornado minha ligação para saber do que se tratava. Não vamos seguir com essa discussão. Encerramos aqui”, concluiu.