MISSÃO NO ORIENTE

Vereador questiona plano de Abilio de buscar investimentos em viagem a China

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Vereador questiona plano de Abilio de buscar investimentos em viagem a China

Conteúdo/ODOC - O vereador Daniel Monteiro (Republicanos) demonstrou ceticismo em relação à intenção do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), de captar recursos internacionais durante viagem oficial aos Emirados Árabes Unidos e à China, prevista entre 25 de outubro e 10 de novembro.

O gestor afirma que apresentará propostas voltadas a obras de infraestrutura urbana, como a construção de viadutos e a pavimentação de bairros, mas Monteiro considera a justificativa pouco consistente.

Segundo o parlamentar, o capital estrangeiro costuma priorizar investimentos de grande escala e alto retorno econômico, o que, em sua avaliação, não se aplica às obras pretendidas pelo Executivo municipal. “Qual é o interesse econômico de um chinês investir em 10 ou 12 quilômetros de asfalto, em um viaduto? São projetos pequenos demais para atrair esse tipo de aporte”, afirmou.

A missão internacional integra um encontro de prefeitos e investidores organizado pela Embaixada dos Emirados Árabes. Apenas 15 gestores municipais brasileiros foram convidados. A proposta do evento é aproximar administrações públicas de fundos internacionais voltados ao desenvolvimento urbano e sustentável.

Monteiro, contudo, pondera que países como China e Emirados Árabes concentram seus recursos em projetos de grande impacto, como ferrovias, portos e empreendimentos industriais. “É preciso compreender como essas economias globais operam e o que de fato interessa a elas”, observou.

O vereador também defendeu que o prefeito apresente projetos detalhados e tecnicamente viáveis antes de buscar investidores externos. “Se já temos empresas locais capazes de executar essas obras, qual seria o motivo de trazer uma de fora? É fundamental apresentar propostas concretas, com base técnica e financeira”, avaliou.

Monteiro ainda questionou a lógica econômica da iniciativa. “Não faz sentido imaginar que alguém viria do Oriente Médio ou da Ásia para investir em um viaduto de R$ 15 milhões ou R$ 20 milhões, em um país com juros de 15%. Não há racionalidade financeira nisso”, criticou.

Apesar das ressalvas, o parlamentar afirmou que a viagem poderia ser positiva se trouxesse resultados comerciais práticos, como a abertura de mercados para produtos mato-grossenses. “Se o objetivo for negociar, por exemplo, a exportação de peixes de couro, como mencionou o vereador Eduardo Magalhães, aí sim haveria um propósito real. Mas é preciso que isso esteja claramente definido”, concluiu.