Conteúdo/ODOC - O vereador de Cuiabá Rafael Ranalli (PL) oficializou nesta quarta-feira (12) sua intenção de disputar uma das vagas ao Senado Federal em 2026. O pedido foi entregue pessoalmente ao presidente estadual do Partido Liberal, Ananias Filho, em documento no qual o parlamentar defende a formação de uma chapa pura, exclusivamente com nomes do PL.
No ofício, Ranalli argumenta que o partido deve manter coerência com os ideais defendidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo movimento conservador, destacando que o eleitorado mato-grossense tem perfil de direita e espera coerência da legenda. “Não é possível irmos para a guerra com um soldado que, ao mesmo tempo em que busca apoio da base bolsonarista, ataca um de seus principais generais”, escreveu o vereador, em referência a críticas recentes dirigidas a figuras do campo bolsonarista.
Ranalli fala que sua trajetória política tem sido marcada por pautas conservadoras. No documento, ele cita leis de sua autoria aprovadas em Cuiabá, como a proibição de procedimentos de transição de gênero em menores de 18 anos, a vedação de livros com conteúdo erótico nas escolas municipais e a determinação de que o sexo biológico seja o único critério para participação em competições esportivas oficiais.
Apesar de afirmar “máximo respeito” às decisões da direção estadual e reconhecer o protagonismo do deputado federal José Medeiros (PL-MT), já apontado como pré-candidato ao Senado pela sigla, Ranalli se coloca à disposição da Executiva para que seu nome seja avaliado como segunda opção na disputa.
O gesto ocorre em um momento de indefinição dentro do PL sobre a estratégia para 2026. Além de Medeiros, outro fator que mexe com os bastidores da legenda é o aceno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao governador Mauro Mendes (União Brasil), a quem declarou apoio em eventual candidatura ao Senado. A declaração, feita em outubro, causou desconforto em parte da base bolsonarista que defende uma candidatura 100% liberal.
Com o movimento, Ranalli busca fortalecer seu nome internamente e estimular o debate sobre a unidade do partido. O vereador afirmou que está “subordinando qualquer pretensão pessoal ao projeto coletivo do PL”, mas sinalizou que o partido precisa manter independência nas decisões sobre 2026.
“Devemos refletir internamente sobre o projeto encampado pelo nosso líder e manter uma chapa coerente com os valores de defesa da família, da liberdade e do patriotismo”, escreveu o vereador no documento entregue ao diretório estadual.
