O vereador de Cuiabá, Rafael Ranalli(PL) se mostrou indignado com a liberação dos mercadinhos nas penitenciárias de Mato Grosso. Em entrevista nesta quinta-feira(10) na Câmara, Ranalli disse que existe uma cadeia comercial dentro do sistema presidiário que fortalece o Comando Vermelho no Estado.
"O problema não é o mercadinho em si, o mercadinho vai vender. Só que depois que esse cara compra e entra lá dentro do presídio, na cela, nos demais presos, ele vai cobrar taxa, o Comando [Vermelho] cobra. Então não é só um mercadinho em si, tem mais coisas envolvidas", explicou Ranalli.
O policial federal explicou que apesar do sofrimento da família do reeducando, a cadeia comercial funciona como braço do crime organizado para arrecadar fundos e financiar facções criminosas
"Eu sei que às vezes a família sofre, quer que ele tenha um atendimento mais humanizado, porém, o sistema não tem o total controle da cadeia comercial. Ele compra no mercadinho, mas você não sabe quem mandou o dinheiro para a família comprar o produto. Então antes o governo é que dê o que for possível, se for sabão, se for pedra, que tomem banho com pedra", sugere o policial federal.
Os deputados estaduais com 13 votos derrubaram o veto do projeto do governador Mauro Mendes que libera os mercadinhos nas penitenciárias. O governo disse que irá judicializar a decisão do legislativo estadual.
O Ministério Público Estadual (MPE) revelou à imprensa que facções criminosas usavam o mercadinho da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, para movimentar quantias vultosas de dinheiro.
À época foi revelado que os mercadinhos ofereciam produtos supérfluos como Nutella, chocolates, bombons, sorvetes, açaí, entre tantos outros.
Ranalli assinou uma moção de repúdio proposta na Câmara de Vereadores de Cuiabá.