Economia
Vendedores de quentinhas tentam contornar inflação de alimentos

Os vendedores de marmita têm enfrentado preços cada vez menos atrativos na hora de comprar a matéria-prima para seus produtos. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, que mede a inflação no país, o grupo de alimentos acumulou alta de 2,06% no mês passado. Diante dessa realidade, cada comerciante tenta contornar a situação como pode.
O pequeno empreendedor Douglas Pereira Ramos teve que aumentar mais de uma vez o preço das suas quentinhas. “Cada dia que passa eu não consigo segurar o mínimo. Já foi R$ 15, R$ 17, agora está em R$ 20”, conta. Para tentar deixar o cliente mais satisfeito, ele cobra mais barato nas compras feitas no seu bar, que tem como prato principal o churrasco.
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O carro-chefe do estabelecimento de Douglas também foi impactado pela inflação, já que as carnes subiram 1,02% em abril devido ao aumento das exportações. Segundo o consultor de varejo Marco Quintarelli, a tendência é que o preço das carnes se mantenha alto, já que o foco do mercado pode se voltar para o mercado externo.
Apesar dos desafios, Douglas considera que a venda de comida ainda vale a pena. “Não é mais tão lucrativo como já foi um dia. A gente precisa se reinventar em cima das vendas para conseguir uma quentinha atraente para o cliente e com um preço justo. É complicado, é tipo uma arte”, afirma o vendedor de quentinhas.
A microempreendedora Maria Socorro de Souza também procura maneiras de manter as contas equilibradas. Todos os dias, ela vai aos mercados e hortifrutis do bairro onde trabalha para tentar encontrar as melhores ofertas. Além disso, Socorro faz pesquisa de preço com seus fornecedores da Ceasa. “Eu vou montando o cardápio de acordo com o que eu acho mais barato na semana. Está tudo muito caro”, conta a vendedora de quentinhas fitness.
Embora sua margem de lucros tenha diminuído, Socorro tem se recusado a repassar os aumentos para seus clientes. “Eu estou trabalhando, mas eu sei que não estou conseguindo ganhar dinheiro com isso, mas eu acredito que uma hora as coisas vão melhorar, e eu vou conseguir melhorar minhas vendas também”, afirma a empreendedora, que admite a possibilidade de aumentar o preço dos seus produtos até o fim deste ano. Por enquanto, sua estratégia é substituir os alimentos das quentinhas. Com a alta de 18,28% da batata-inglesa, Socorro passou a oferecer batata doce.
Se os vendedores precisam reajustar os preços para fechar o orçamento, os clientes buscam alternativas para pagar mais barato. No bar de Douglas, os consumidores estão dando preferência pelos pratos feitos para compartilhar, que custam cerca de R$ 70. “Elas podem pagar um valorzinho um pouco mais puxado, mas divide com mais pessoas. Em vez de comerem quatro, comem seis pessoas”, afirma o vendedor.
Quintarelli recomenda que os vendedores façam fichas técnicas com as porções que serão utilizadas nas marmitas. “Às vezes, as pessoas colocam umas quentinhas para vender e vão colocando comida até encher, mas antes de fazer isso tem que porcionar quantas gramas de arroz, de feijão etc. Isso é importante para que se tenha uma produtividade das refeições e não haja perdas”, afirma o consultor de varejo.


Economia
Dólar sobe para R$ 5,09 com preocupações sobre China

A divulgação de dados econômicos fracos sobre a China provocou instabilidade no mercado financeiro de países emergentes. O dólar disparou pela manhã, mas desacelerou ao longo do dia. A bolsa de valores iniciou o dia em baixa, mas reverteu o movimento, impulsionado por ações de varejistas.
O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (15) vendido a R$ 5,092, com alta de R$ 0,018 (+0,35%). A cotação chegou a R$ 5,14 no início das negociações, mas a tensão diminuiu com a entrada de fluxos externos durante a tarde de investidores atraídos pelos juros altos no Brasil, o que permitiu que o câmbio se mantivesse abaixo de R$ 5,10.
Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana acumula queda de 1,6% em agosto. Em 2022, o recuo chega a 8,68%.
A volatilidade também afetou o mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 113.032 pontos, com alta de 0,24%. Pela manhã, o indicador chegou a cair 1,44%, após a divulgação de que a economia chinesa continuou a desacelerar. No entanto, a melhoria no mercado norte-americano durante a tarde e a alta de ações de setores ligados ao consumo trouxeram o índice para cima.
A política de lockdowns imposta pelo governo chinês para combater a economia de covid-19 fez a economia do país asiático registrar forte desaceleração em julho. Além disso, o prolongamento da crise imobiliária tem afetado a retomada da segunda maior economia do planeta. Problemas econômicos na China afetam países exportadores de commodities (bens primários com cotação internacional), como o Brasil.
Por outro lado, fatores ligados à economia doméstica ajudaram a amenizar as notícias vindas da China. A perspectiva de que o ciclo de alta da taxa Selic (juros básicos da economia) tenha chegado ao fim tem atraído capital externo para o Brasil. Paralelamente, as ações de empresas ligadas ao consumo doméstico passaram a recuperar-se com a expectativa que a Selic comece a cair no próximo ano.
* Com informações da Reuters
Edição: Valéria Aguiar
Fonte: EBC Economia
Economia
Justiça suspende licenciamento ambiental de ferrovia em MT e determina que indígenas impactados sejam ouvidos

De acordo com o MPF, não foram realizados estudos específicos sobre os impactos da obra ao povo Boe Bororo
A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça determinou um prazo de 90 dias para que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a empresa Rumo adotem as medidas cabíveis para promover a consulta livre, prévia e informada aos indígenas Bororos das Terras Indígenas Tadarimana e Teresa Cristina. Os órgãos também devem emitir o Termo de Referência Específico para realização do Estudo do Componente Indígena, referente aos impactos da construção da Ferrovia Rondonópolis – Lucas do Rio Verde, no interior de Mato Grosso, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
Na decisão, o magistrado também ordenou que a empresa Rumo, responsável pelo empreendimento, realize a consulta e o estudo conforme o termo de referência emitido pela Funai e que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema/MT) não mais emita quaisquer licenças antes da consulta e do atestado de viabilidade da obra pela Funai.
A decisão é fruto de uma ação civil pública (ACP) ajuizada pelo MPF em março de 2022, com o objetivo de assegurar a realização de estudos para avaliação dos efeitos sobre as terras indígenas Tereza Cristina e Tadarimana e garantir consulta aos povos afetados pela construção da Ferrovia, seguindo as normas internacionais e antes da emissão do licenciamento.
Em sua decisão, o juiz federal Pedro Maradei Neto destacou a falta de consenso entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Secretaria de Infraestrutura do Estado de Mato Grosso (Sinfra/MT) e a Funai quanto a distância do traçado da ferrovia da Terra Indígena Tadarimana. De acordo com o Iphan, a malha ferroviária está a 9.979 metros da TI; já a Sinfra/MT informa que a distância mais próxima da ferrovia e a terra indígena é de 10.579 metros; e por fim, a distância calculada pela Funai é de 12.390 metros. “Não se pode ignorar que a dissonância de tais projeções, feitas por servidores públicos no exercício de suas funções e, portanto, dotadas de presunção e veracidade, geram incertezas quanto à efetiva distância entre o traçado da ferrovia e as terras indígenas em questão, a recomendar, por conseguinte, a atuação da Funai no licenciamento, sobretudo porque ainda que se considere a maior distância apurada (12.390m), ela ainda está próxima dos limites fixados na Portaria”, afirmou o magistrado.
O juiz ressaltou ainda que, diante do apelo dos próprios Bororos das Terras Indígenas Tadarimana e Tereza Cristina, deve-se reconhecer o direito dos indígenas de participarem de forma plena e efetiva de todo o processo de licenciamento ambiental da ferrovia, por meio da consulta livre, prévia e informada, conforme preconizado pela Convenção 169 da OIT.
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