Para montar ou desmontar, seguir a sequência de aperto recomendado pela Harley-Davidson é fundamental
Parece que foi cronometrado: há exatamente um ano contei aqui muito do que aprendi na oficina da Harley-Davidson na escola de treinamento do Senai/SP, principalmente em relação a alguns detalhes de funcionamento e controle. Só que desta vez a tarefa foi mais interessante: desmontar completamente um motor Milwaukee-Eight 107 e montá-lo novamente.
Alguém pode pensar, de cara, que desmontar é mais fácil, basta ir soltando os parafusos e separando os componentes. Ledo engano. Da mesma forma que, para montar um motor da Harley-Davidson
, é necessário seguir à risca os procedimentos descritos no manual de oficina, incluindo a sequência de aperto e o torque aplicado em cada parafuso, para desmontá-lo o procedimento é o mesmo, só que inverso. Só não é necessário utilizar um torquímetro.
Antes de descrever a desmontagem, será muito útil, para qualquer pessoa que queira entender um pouco melhor uma Harley-Davidson, conhecer algumas de suas particularidades, como o fato de existirem dois tipos de motores Milwaukee-Eight.
Os que equipam a linha Ultra são os Milwaukee- Eight tipo “A”, cuja principal característica diferencial é o sistema balanceiro interno simples, ou seja há apenas um eixo no bloco do motor que, virando um contra-peso na rotação inversa do virabrequim, minimiza a vibração causada pelo sobe-e-desce dos pistões. Já as Softail são equipadas com o motor Milwaukee-Eight tipo “B”, que tem duplo eixo balanceiro.
A razão para que as Softail tenham um motor ligeiramente diferente é que elas não têm coxins no quadro, componentes de borracha que, nas Ultra, compensam um balanceiro a menos, pois absorvem uma parte da vibração. Eles não são utilizados nas Softail para que essas motocicletas, de chassis mais leves do que os das Ultra, possam ter um comportamento dinâmico um pouco mais firme em curvas.
Com exceção dos sistemas de balanceiros, os motores Milwaukee-Eight “A” e “B” são praticamente iguais, com dois cilindros em V a 45 graus e cilindrada de 1.868 cm 3 (114) e 1.753 cm 3 (107). Esses motores têm duas velas em cada cilindro, apenas um comando de válvulas localizado no bloco do motor e quatro válvulas, duas de admissão de duas de escape, em cada cilindro.
Como comparação, os anteriores motores Twin-Cam 96 e 103
(respectivamente de 1.585 cm 3 e 1.690 cm 3 ), que também tinham balanceiro duplo no tipo “B”, tinham uma vela de ignição em cada cilindro, dois comandos de válvulas no bloco e apenas duas válvulas por cilindro.
A ordem de ignição dos motores V2 das Harley são de 405º (360º + 45º) e 315º (360º – 45º), o que resulta em fases de combustão alternada, apenas com essa diferença de 45 graus, justamente o que dá o ronco característico desses motores.
Divulgação
Tampas, cabeçotes, varetas e cilindros: tem muito mais para ser desmontado no motor da Harley-Davidson
Outra particularidade é que, enquanto que os antigos motores Twin-Cam não tinham radiador de óleo, o Milwaukee-Eight têm, com exceção das Ultra, que têm o sistema Rushmore, com radiador de água resfriando um circuito apenas para os cabeçotes.
Segredinho: com o motor desligado, manter o acelerador no fim de seu curso por alguns segundos aciona a circulação forçada do sistema de refrigeração a água, para resfriamento mais rápido, quando necessário.
Um detalhe interessante, que favorece não só o balanceamento dos motores V2 da Harley como também o seu visual, são as bielas do tipo garfo e faca, como se fosse “uma dentro da outra”. Esse pequeno detalhe, que é patenteado pela Harley, faz com que os dois cilindros fiquem exatamente alinhados entre si.
Olha aí o que eu tirei de dentro do motor da Harley-Davidson. E fiquei com o bloco nas mãos
Na hora de desmontar o motor, fiquei com um Milwaukee-Eight “B”, de dois eixos contrabalanceiros. Já com os dois cabeçotes fora, a primeira coisa é retirar os cilindros muito devagar, soltando os pistões com cuidado para que não batam nos prisioneiros. Um truque muito simples é protegê-los com um tubo fino de PVC.
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Harley-Davidson Milwaukee Eight com motor montado na motocicleta
O procedimento seguinte consiste em retirar os pistões das bielas, utilizando um saca-pino específico para esse motor. O cuidado nessa hora é não deixar cair a trava metálica dentro do bloco. Para que as bielas não batam nas laterais do bloco, dessa vez as cobrimos com tubos grossos de PVC.
Em seguida, são retiradas as guias dos protetores das varetas do comando, com procedimentos detalhadíssimos para que os tuchos possam ser retirados sem problemas. Depois disso, retirando-se a tampa lateral do motor, tem-se acesso ao conjunto da bomba de óleo que, retirado, solta o comando de válvulas.
Daí para a frente tudo é mais fácil, soltando os 12 parafusos do bloco é possível abri-lo em duas metades, liberando os dois balanceiros e o virabrequim, juntamente com as duas bielas do tipo garfo e faca.
Todos os procedimentos são bastante detalhados no manual de oficina, acessível exclusivamente via web. O laptop ao lado da bancada é peça fundamental. Nem é preciso dizer que as ferramentas, específicas da Harley, ou mesmo as convencionais, são um delírio à parte.
Para a montagem, todos os procedimentos são feitos no sentido inverso e todos os apertos seguem a sequência e o torque corretos. Mais uma vez não tive a oportunidade de ver aquele motor funcionar, até porque se trata de um motor destinado exclusivamente ao treinamento, mas certamente, com o capricho que não é possível se deixar de lado, a motocicleta da Harley-Davidson
iria trabalhar como nova.
Chevrolet Orlando: deve ser a nova Spin, que deixará de ser minivan para se tornar um belo crossover, em 2021
A GM revela o penúltimo dos novos modelos com a plataforma GEM (Global Emerging Markets) com a apresentação da nova geração do crossover Orlando, na China. De acordo com o site Argentina Autoblog , a novidade deverá se chamar Spin no Mercosul, onde entrará no lugar da atual geração da minivan em 2021.
Agora falta apenas a picape que vai brigar com Fiat Toro e companhia para completar a linha de modelos fabricados pela GM em parceria com a SAIC chinesa. De qualquer forma, o novo Chevrolet Orlando tem linhas mais arrojadas que as da Spin e adota um visual que combina o estilo de minivan com SUV, daí a denominação crossover.
Como pode ser visto na galeria abaixo, o novo modelo da GM que deverá entrar no lugar da Spin, em 2021, agrada não apenas pelo visual. Tem bastante espaço e poderá até sete ocupantes com uma dose extra de sofisticação se comparada a atual Spin. Entre outros itens, o carro terá acesso à internet sem fio e teto solar panorâmico, deixando o ambiente mais arejado.
A parte de segurança também terá ganhos na comparação com a Spin . Serão seis airbags de série e ESP, controle eletrônico de estabilidade. Além disso, o conjunto mecânico será mais eficiente, com motores turbinados, de tries cilindros: 1.0, de 116 cv e 1.2, de 140 cv, ambos poderão ser acoplados ao sistema de transmissão com câmbio manual ou automático, sempre de seis marchas.
A GM continua com um cronograma recheado de lançamentos. Para o ano que vem, a marca já anunciou que serão 7 novidades. Entre as quais, destaca-se a nova geração do SUV compacto Tracker, outro com a plataforma GEM e que chegará para brigar com Jeep Renegade, Hyundai Creta, Honda HR-V e companhia.
Chevrolet Equinox Midnight: terceiro modelo da GM na América do Sul com detalhes escurecidos, depois de Tracker e S10
A Chevrolet apresenta a linha 2020 do Equinox com uma série de novidades. A principal delas fica por conta do motor 1.5, turbo, de quatro cilindros, que passará a equipar três versões do SUV médio que começarão a chegar às lojas até março de 2020. Além disso, o carro ganha a série Midnight, que já foi lançada nos modelos S10 e Tracker.
Assim como na picape e no SUV compacto, o Equinox Midnight conta com destalhes escurecidos no interior, nos logos da marca Chevrolet e nas rodas de aro 19. Na lista de equipamentos, os itens são os mesmos da versão LT e inclui ajuste elétrico, ar-condicionado bizone e faróis com lâmpadas de xenônio. Conforme apurou a reportagem de iG Carros, no Equinox, a série Midnight deverá representar cerca de 10% das vendas.
Ainda de acordo com o que conversamos com o diretor de Marketing de produto da GM América do Sul, Rodrigo Fioco, o novo motor 1.5 deverá, aos poucos, ir ganhando mais participação nas vendas chegando a superar o que é vendido do Equinox 2.0 (em torno de 500 unidades por mês). Além disso, a conexão à internet sem fio estará disponível no SUV a partir de 2021.
O motor 1.5 turbo gera 172 cv e 27,8 kgfm de torque, números suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, de acordo com a fabricante. E conforme dados do Inmetro, o consumo urbano fica em 9,5 km/l e o rodoviário é de 11,7 km/l, marcas até 8,3% melhores que os do Equinox 2.0 (8,4 km/l e 10,1 km/l, respectivamente).
O Chevrolet Equinox 2020 será vendido em quatro versões. A mais em conta é a LT (R$ 129.990), seguida pela Midnight (R$ 131.990) e pela Premier (R$ 162.990), todas com o novo motor 1.5. Além disso, a GM também vai oferecer a versão Premier 2.0 (R$ 162.990).
No caso do modelo topo de linha, o pacote de itens de série inclui diversos itens de segurança, como sistemas autônomos de detecção de pedestre com auxílio de frenagem e de permanência na faixa – com alerta tátil no banco. Teto solar elétrico panorâmico, sistema de som premium, partida por controle remoto e acionamento da tampa do porta-malas por sensor de movimento.
Com São 4.652 mm de comprimento, 1.843 mm de largura e 1.697 mm de altura, o Chevrolet Equinox leva cinco ocupantes com sobra de espaço. São 2,73 metros de entre-eixos e um porta-malas que pode variar de 468 litros até 1.627 litros, dependendo da configuração dos bancos.Veja a lista de preços abaixo.
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