REJANE MONGE

Um fôlego para seguir em frente

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Um fôlego para seguir em frente

Existe um ditado que diz, “enquanto descansa, carrega pedras”. Ele pode ser usado em várias situações, por exemplo, como uma forma de dizer que não há tempo a perder, ou que mesmo nos momentos de “descanso” é preciso produzir algo.

A questão é que muito tem se falado sobre a necessidade de estabelecer limites. Não conseguir se desligar do trabalho já virou problema de saúde. Muitos se sentem culpados por dar uma pausa, respirar.

Carlos Drumond de Andrade sabiamente escreveu que “a vida necessita de pausas”. Nem falo de longas ou dispendiosas férias, mas sim de apreciar um fim de tarde, sentar a sombra de uma árvore, ouvir o cantar dos pássaros.

Nos meus tempos de faculdade na UFMT, meu momento mais esperado era quando seguia caminhando pelo campus rumo à Avenida Fernando Corrêa da Costa, na minha amada Cuiabá. Pelos caminhos ia apreciando aquele pôr do sol encantador. Eu sentia a alma leve. Esquecia até do cansaço e da longa viagem de ônibus que faria até minha casa.

Na bíblia, no livro do Genesis, está o relato de que no sétimo dia, Deus havia terminado sua obra de criação e descansou de todo o seu trabalho. Seria uma falta de humildade de nós mortais, acharmos que a nossa obra não pode parar um segundo sequer.

Pequenos momentos de pausa para um café, acompanhado e de alguém querido ou só de nossos pensamentos, ouvir uma canção que nos traga bons sentimentos, ler uma poesia, são coisas que nos retiram por um instante da rotina apressada.

O trânsito das nossas cidades funciona um pouco menos caótico por conta dos semáforos, que de tempo em tempo nos alertam: pare. Precisamos estar também atentos aos sinais que o nosso corpo emite.

A vida é como a travessia de um rio a nado, ainda que mergulhemos em tantas situações, é preciso tomar fôlego para seguir em frente.

Rejane Monge é nutricionista formada pela UFMT e servidora pública estadual