Impulsionado por uma combinação de fatores, Cuiabá vive um novo momento em sua história turística. Conhecida pelas belezas naturais, encantos culturais e gastronômicos, a cidade também passou a acompanhar o movimento global de fortalecimento do turismo de entretenimento. A modalidade, que antes se desenvolvia de forma tímida, ganhou impulso em 2025 e já é vista com maior importância por setores da economia local.
O segmento de aluguel por temporada, por exemplo, é um dos que está aproveitando o “boom” de atrações musicais e esportivas que Cuiabá vem recebendo.
Fit Pantanal, Expoagro, shows nacionais e até a banda internacional Guns N’ Roses fazem parte do calendário deste ano. Além disso, eventos como Campeonato Brasileiro de Motocross e a já confirmada Nascar Brasil colocam a capital de Mato Grosso como um bom destino para viver grandes experiências.
Esse movimento acompanha uma tendência nacional. Segundo pesquisa mais recente do Instituto Ipsos, 41% dos viajantes brasileiros incluíram a participação em grandes eventos no plano de viagem deste ano, com destaque para o público mais jovem, entre 18 e 27 anos. Os festivais de música, shows e competições esportivas aparecem como as principais motivações desse público para a escolha do destino.
“Cuiabá está vivendo um momento interessante de transformação, inclusive no turismo. E quando, por exemplo, o turismo de entretenimento cresce, ele impulsiona também outros vários setores. O desafio agora é pensar em estruturas urbanas que acompanhem esse movimento de forma planejada, equilibrando o acolhimento ao turista com a qualidade”, afirma Victor Bento, CEO do Grupo Vivart, que possui atuação consolidada no ramo de construção civil.
Outro dado importante da pesquisa revela que escolher hospedagem próxima do local do evento é prioridade para 88% dos entrevistados. E esse comportamento tem reflexo direto no mercado imobiliário. O mesmo levantamento aponta que 25% dos viajantes buscam espaços inteiros para se hospedar, enquanto 20% mostram interesse em reservar apenas quartos. Ambos em plataformas de aluguel de curta temporada.
Já a empresa de dados AirDNA, especializada em análises de locações de curta temporada, afirma que, globalmente, esse setor cresce a uma taxa de 15% por trimestre desde 2022. O avanço está muito acima dos hotéis tradicionais, que registram expansão abaixo dos 5% no mesmo período. Essa tendência mostra que o aluguel por temporada deixou de ser uma alternativa e passou a ser, muitas vezes, a primeira opção dos viajantes.
“O turista quer estar mais perto da experiência que ele foi buscar na cidade e isso influencia diretamente como ele escolhe onde ficar. Por isso, é necessário que a cidade que irá recepcionar esse viajante esteja cada vez mais preparada. Nesse cenário, o aluguel de curta duração passou a atender não só uma demanda por economia, mas também por praticidade e mobilidade”, finaliza Victor Bento.
