Senadora critica ideologia do PSL e deve filiar-se ao Podemos na quarta-feira

Senadora Selma Arruda, ainda no PSL do presidente Jair Bolsonaro, está de malas prontas e embarca no Podemos na próxima quarta-feira (18). Conforme a senadora, o PSL é um partido que a incomoda pelo que classifica de “falta de solidariedade em relação a todo esse processo que eu estou enfrentando [de cassação do mandato], mas também em relação a essas pressões de membros do partido para tirar a assinatura do pedido de CPI da Lava Toga. Não tenho mais jeito de permanecer nesse ambiente”, afirma a senadora.

Além disso, a senadora afirma que foi pressionada pelo senador Flavio Bolsonaro, filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, para retirar a assinatura da CPI que deve ser criada para investigar membros do judiciário, a CPI da Lava Toga.

A senadora, que falou em entrevista exclusiva ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho, do Jornal O Estado de São Paulo, o Estadão, disse que “PSL não tem uma consistência ideológica própria. Não tem um formato de partido. Não é um lugar que tu encontres uma ideologia que não seja mero repeteco de algumas frases prontas. Tudo é culpa da esquerda. Todo mundo é comunista. Eu não dou conta disso. Não tem uma liderança. Não tem envolvimento nem sequer do próprio presidente da República”, argumentou.

Selma Arruda se filiou no PSL tão logo se aposentou do cargo de juíza estadual. Foi candidato ao Senado em 2018 e acabou sendo a mais votada em Mato Grosso, desbancando a candidatura do ex-governador Carlos Fávaro, que ficou em terceiro, e quebrando o favoritismo do senador Jaime Campos (DEM), que ficou em segundo na disputa.

Selma Arruda teve seu diploma eleitoral cassado por abuso de poder econômico e caixa 2 na campanha pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. Agora o caso será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).