Conteúdo/ODOC - O senador Jayme Campos (União) voltou a subir o tom contra o governo Mauro Mendes (União) e o megaprojeto do Parque Novo Mato Grosso, em Cuiabá. Durante entrega de maquinários em Várzea Grande, na sexta-feira (24), o parlamentar classificou o investimento de cerca de R$ 3 bilhões como desnecessário e elitista, afirmando que os recursos deveriam ser direcionados a áreas como educação infantil, saúde pública e apoio aos municípios.
“Eu acho que não é muito importante, aquilo vai ficar só para rico, porque uma roda gigante tá custando quase 50 milhões de reais. Vamos construir mais creches, melhorar a renda, a saúde e apoiar os municípios”, afirmou Jayme, em discurso com tom de pré-campanha ao governo de Mato Grosso.
A fala ocorre em meio à polêmica que envolve o projeto idealizado por Mauro Mendes. No dia 16 de outubro, o governador reagiu a críticas semelhantes, chamando os opositores de “medíocres” e defendendo que o parque será um espaço democrático, com estrutura de lazer acessível à população e eventos gratuitos.
“Algumas pessoas criticam baseadas na sua própria mediocridade. São pessoas que nunca fizeram absolutamente nada. Muitos levam os filhos à Disney, mas não querem que os trabalhadores tenham acesso a um parque de qualidade”, declarou Mendes, ressaltando o potencial turístico e econômico do empreendimento.
Para reforçar a proposta de inclusão social, o governo estadual anunciou a realização de uma etapa da Stock Car no Parque Novo Mato Grosso entre 13 e 15 de novembro, com 25 mil ingressos gratuitos. O espaço também sediará festas de Natal e Réveillon abertas ao público.
A ofensiva de Jayme Campos, porém, acirra as tensões internas no União Brasil. O senador, que governou Mato Grosso entre 1991 e 1994, tem demonstrado interesse em disputar novamente o comando do Estado, enquanto Mauro Mendes já manifestou apoio ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) para 2026.
No evento em Várzea Grande, Jayme chegou a trocar elogios com o senador Wellington Fagundes (PL), outro nome que tenta se viabilizar politicamente para o pleito, mas que perdeu espaço após o ex-presidente Jair Bolsonaro declarar apoio a Pivetta.