A exposição “Normal demais para ser autista, autista demais para ser normal” ,que aconteceu entre os dias 4 e 15 de agosto no Instituto Vencer, em Jaciara, pode ter um novo capítulo em breve. Os organizadores estudam a possibilidade de levar a mostra para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em Cuiabá. A iniciativa deu voz a mulheres autistas com diagnóstico tardio.
O encontro reuniu poemas, imagens e depoimentos da artista Daya Ananias e de outras mulheres, além de atrair visitantes de diversas cidades de Mato Grosso, como Lucas do Rio Verde. “O sucesso da mostra foi impulsionado também pelo apoio da comunidade acadêmica, que reconheceu a importância do debate sobre o autismo feminino”, comemorou Daya.

A relevância da exposição foi destacada em uma visita especial de alunos do 6º período de Psicologia da Faculdade Eduvale de Jaciara. A atividade fez parte da disciplina de extensão universitária que aborda a prevenção do suicídio e da automutilação, temas de grande urgência para o público feminino autista.
“Estudos nacionais e internacionais apontam que mulheres autistas com diagnóstico tardio apresentam índices significativamente mais altos de ideação suicida e automutilação. Esse encontro, com os nossos alunos, foi uma oportunidade vivencia de perto umas das diversas nuances do autismo, que atinge pessoas de todas as idades”, avaliou a professora de psicologia, Damaris Souza.
A artista Daya Ananias, que foi diagnosticada aos 32 anos, conduziu um debate que usou as obras da exposição para convidar os futuros profissionais a refletirem sobre o impacto do diagnóstico tardio e a urgência do cuidado em saúde mental.
A intenção do encontro foi proporcionar um espaço seguro para troca de experiências e incentivar a construção de um olhar mais inclusivo na formação dos psicólogos. A exposição foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo, realizada através da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT), com o apoio da prefeitura de Jaciara.
