Política Nacional
Relator é contra indenizar por dano moral a perda de tempo do consumidor

Após audiência pública sobre a possiblidade de incluir a perda de tempo do consumidor como uma modalidade específica em ação judicial por dano moral, o relator de proposta que trata do assunto na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara, deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), reiterou sua disposição de apresentar relatório contrário à aprovação.
Ele considera que a proposta, que tramita na forma do Projeto de Lei 1954/22, do deputado Carlos Veras (PT-PE), vai aumentar a judicialização das relações de consumo.
“Dentre as questões de quantidade de ações que existem no Judiciário, principalmente no que diz respeito à área civil, 80% são da esfera consumerista”, destacou o relator.
“Se dermos uma ferramenta legal para que aquele que sentir que foi prejudicado no que diz respeito ao seu tempo mover ação, fecha-se o Judiciário só para poder atender as demandas da área cível consumerista. Isso não é plausível.”

A ministra do Superior Tribunal de Justiça Nancy Andrighi, que também participou da audiência, tem visão diferente da manifestada pelo relator e considera “essencial” pensar o tempo como um valor individual merecedor de indenização quando violado.
Leis estaduais e municipais
A magistrada lembrou que hoje já existem leis estaduais e municipais que estabelecem reparação aos consumidores por espera abusiva na prestação de alguns serviços. Mas, nesses casos, o Judiciário reconhece apenas o dano moral coletivo. Se um cidadão sozinho se sentir lesado por esperar muito por atendimento em um banco, por exemplo, e recorrer à Justiça, normalmente ele perde a ação.
No entanto, a ministra ressaltou que há decisões judiciais que consideram cabível a indenização também por dano moral individual devido à espera excessiva. Nas decisões favoráveis ao consumidor, os juízes levaram em conta outros fatores, como não ter água, banheiro ou cadeira para pessoas consideradas “hipervulneráveis”, como idosos, pessoas com deficiência e grávidas.
Novas tecnologias
Nancy Andrighi, inclusive, sugeriu a ampliação do grupo de hipervulneráveis no projeto para incluir o que chama de “migrantes digitais”, pessoas que, por algum motivo, não conseguem utilizar as novas tecnologias.
“A era digital é uma nova modalidade de vulnerabilidade do consumidor, não serve para todos os consumidores as afirmações de que a prestadora de serviço tem telefone, plataforma, totem”, alerta Nancy.
“É preciso ter complacência com essas pessoas até que cada um se adapte a essas modernidades eletrônicas, e também e, principalmente, respeitar aqueles que talvez nunca consigam a se adaptar completamente ao mundo digital”, avaliou.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Rodrigo Bittar
Fonte: Câmara dos Deputados


-
Esportes26/11/2023 - 09:10
Com campanhas semelhantes, SP e Cuiabá se enfrentam neste domingo no Morumbi
-
NO COMANDO GERAL/ TV CUIABÁ22/11/2023 - 13:35
PC prende um dos autores de duplo homicídio de irmãos em festa após discussão por cadeira
-
Jurídico26/11/2023 - 18:50
Hospital Santa Rosa é condenado por recusar teste rápido de Covid-19 em paciente com sintomas graves
-
Geral26/11/2023 - 13:15
Mato Grosso tem 10 praias apropriadas para o banho e duas consideradas impróprias
-
Geral26/11/2023 - 09:05
Várzea Grande divulga nomes dos contemplados com as mil unidades do Residencial Colinas Douradas; confira
-
Política MT25/11/2023 - 18:40
Tensão para definir candidato em Cuiabá pode levar a debandada de deputados do União, diz Júlio Campos
-
Política MT21/11/2023 - 15:30
Governador cita armadilhas na Reforma Tributária e alerta que “MT vai perder boa parte da arrecadação”
-
Agro News21/11/2023 - 18:45
Cadeia de custódia da madeira de MT é apresentada ao mercado asiático em Fórum Global