MAX LIMA

Quando Fazer o Teste Ergométrico em Pacientes Assintomáticos?

· 2 minutos de leitura
Quando Fazer o Teste Ergométrico em Pacientes Assintomáticos?

O teste ergométrico, também conhecido como teste de esforço ou teste de esteira, é um exame utilizado para avaliar o desempenho cardiovascular durante o esforço físico.

Embora seja amplamente utilizado para diagnóstico e acompanhamento de doenças cardíacas, sua indicação em pacientes assintomáticos deve seguir critérios claros, conforme as diretrizes de cardiologia, para evitar exames desnecessários e focar na identificação precoce de riscos cardiovasculares.

Qual é a Finalidade do Teste Ergométrico?

O teste ergométrico avalia:

A presença de isquemia miocárdica (falta de oxigênio no coração).

A capacidade funcional do paciente.

Alterações na pressão arterial e no ritmo cardíaco induzidas pelo esforço.

A resposta ao tratamento ou progressão de doenças cardiovasculares já conhecidas.

No entanto, para pacientes assintomáticos (aqueles sem queixas de dor no peito, falta de ar ou outros sintomas cardíacos), o uso do teste deve ser direcionado para situações específicas.

Indicações do Teste Ergométrico em Pacientes Assintomáticos:

Estratificação de Risco em Pacientes com Fatores de Risco CardiovascularDe acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da American Heart Association (AHA), o teste ergométrico pode ser indicado em pacientes assintomáticos com múltiplos fatores de risco cardiovascular, como:

Hipertensão arterial.

Diabetes mellitus.

Dislipidemia.

Tabagismo.

Histórico familiar de doença cardiovascular precoce.

Sedentarismo associado a obesidade.

Nesses casos, o exame ajuda a identificar alterações silenciosas e orientar intervenções precoces.

Avaliação Pré-Participação em Atividades FísicasPara indivíduos assintomáticos com mais de 40 anos que planejam iniciar atividades físicas de alta intensidade, o teste ergométrico pode ser recomendado, especialmente se apresentarem fatores de risco cardiovascular.

Monitoramento em Pacientes com Condições Cardíacas ConhecidasEmbora assintomáticos, pacientes com história de doença arterial coronariana, angioplastia ou cirurgia de revascularização miocárdica podem realizar o teste ergométrico para monitorar a evolução da condição e determinar a segurança para atividades físicas.

Avaliação Ocupacional em Populações EspecíficasProfissionais que exercem funções de alta responsabilidade e risco, como pilotos de avião ou operadores de máquinas pesadas, podem ser submetidos ao teste ergométrico como parte de exames ocupacionais, mesmo sem sintomas aparentes.

Triagem em Indivíduos de Alto RiscoEm alguns casos, indivíduos com risco cardiovascular muito alto (como pacientes diabéticos com mais de 10 anos de diagnóstico ou com insuficiência renal crônica) podem ser submetidos ao teste, mesmo na ausência de sintomas.

Quando o Teste Ergométrico Não É Recomendado?

As diretrizes são claras em não recomendar o uso indiscriminado do teste ergométrico em indivíduos assintomáticos com baixo risco cardiovascular. Nesses casos, o exame pode gerar falsos positivos, levando a investigações e tratamentos desnecessários.

Além disso, o teste não deve substituir a adoção de medidas preventivas, como mudanças no estilo de vida, controle de fatores de risco e uso adequado de medicamentos.

Conclusão

O teste ergométrico é uma ferramenta valiosa, mas seu uso em pacientes assintomáticos deve ser reservado para situações em que os benefícios clínicos superem os riscos e custos. A avaliação médica detalhada, baseada em diretrizes e no perfil individual do paciente, é essencial para determinar a necessidade do exame.

Se você tem dúvidas sobre sua saúde cardiovascular, converse com um cardiologista. A prevenção, aliada a exames realizados no momento certo, é o melhor caminho para um coração saudável.

Max Lima é Especialista em Clínica Médica pelo Instituto dos servidores do Estado de São Paulo (HSPE-FMO ), Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese, Especialista em Terapia Intensiva pela AMIB, Fellow pela Sociedade Europeia de Cardiologia, Ex Conselheiro Federal de Medicina (2019-2024), Presidente da SBC MT - biênio 2016-2017