Procurador-geral determina investigação de suposta doação de placa para escutas pelo MP à Polícia Militar

O procurador-geral José Antônio Borges: equipamento teria sido usado na “grampolândia”, segundo coronel da PM

O procurador-geral do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira emitiu um despacho avulso interno nesta quarta-feira (17) que visa levantar as informações relacionadas à destinação da placa de computador da marca “Wytron”, utilizada para realização de escutas telefônicas. A iniciativa foi tomada levando em conta notícias divulgadas pela imprensa a respeito da suposta doação da referida placa pelo Ministério Público à Polícia Militar, citada em depoimento de policiais militares à justiça no caso conhecido como “Grampolândia pantaneira”.

Em depoimento ao juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar de Cuiabá na terça-feira (16), o ex-secretário-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, revelou que uma das placas Wytron, utilizada para realizar interceptações telefônicas ilegais foi doada à Polícia Militar pelo ex-procurador-geral de Justiça, Paulo Prado. O equipamento, de acordo com o oficial da PM, teria sido utilizado nas escutas ilegais.

O procurador-geral determina, ainda, a juntada ao procedimento gerado a partir do despacho da cópia integral do SIMP (Sistema Integrado do Ministério Público) de nº 006070-001/2017, em que o Ministério Público presta informações ao Comando Geral da Polícia Militar referentes à destinação da placa “Wytron”, assim como das notícias veiculadas pelos meios de comunicação sobre o assunto.

Tomadas tais providências, o procurador José Antônio Borges Pereira ordena “a remessa do procedimento gerado à Corregedoria-geral do Ministério Público para conhecimento e providências julgadas pertinentes, com cópia integral ao Núcleo de Ações de Competência Originária – NACO Criminal”.