"NÃO HÁ COMPROVAÇÃO"

Presidente da OAB-MT contesta versão da Sejus sobre suposta tentativa de fuga de advogados

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Presidente da OAB-MT contesta versão da Sejus sobre suposta tentativa de fuga de advogados
De acordo com Gisela Cardoso, relatórios internos da OAB, não confirmam a versão apresentada pelo sistema prisional

Conteúdo/ODOC - A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, afirmou nesta segunda-feira (10) que não há qualquer evidência de que quatro advogados presos no Centro de Ressocialização Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, tenham tentado fugir da unidade.

A declaração contrasta com a versão divulgada pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) na última quarta-feira (5), que informou ter frustrado uma tentativa de fuga no local.

De acordo com Gisela, os relatórios internos da Ordem, até o momento, não confirmam a versão apresentada pelo sistema prisional. “Não há comprovação de que esses advogados tenham tentado fugir, tampouco de que as coisas ocorreram como foram narradas”, afirmou a presidente em entrevista concedida no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

A dirigente explicou que a OAB mobilizou o Tribunal de Defesa de Prerrogativas e o Grupo de Acompanhamento do Sistema Prisional para acompanhar o caso de perto. Segundo ela, representantes da entidade já estiveram com os quatro profissionais custodiados, e as informações iniciais indicam que não seria possível promover uma fuga da forma relatada pela Sejus.

Gisela classificou o episódio como “irregular” e disse que a OAB vai agir caso alguma conduta inadequada seja comprovada — seja por parte dos advogados, seja do sistema prisional. “Se houver violação ética de advogado, não tenho dúvida de que a OAB vai punir. Mas, se for constatada irregularidade do sistema, com violação de prerrogativas, também exigiremos respostas e providências”, ressaltou.

Segundo a Sejus, a suposta tentativa de fuga teria ocorrido na madrugada de 5 de novembro. De acordo com a secretaria, um policial penal que estava em uma torre de vigilância teria ouvido ruídos e, ao verificar a origem do barulho, encontrou o ferrolho da grade do banho de sol danificado.

Os quatro presos — Nauder Júnior Alves Andrade, de 30 anos; Pauly Ramiro Ferrari Dourado, de 45; Paulo Renato Ribeiro, de 52; e outro homem de 63 anos — foram então transferidos para a sala de Estado-Maior da unidade.