Conteúdo/ODOC - O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), alertou para os impactos econômicos que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode gerar no país, após o ministro Alexandre de Moraes impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e busca e apreensão.
A operação da Polícia Federal foi autorizada na sexta-feira (18), com base em investigação sobre suposta articulação de sanções internacionais por parte de Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“Esse tipo de medida só aumenta a instabilidade política do nosso país, eleva a tensão no Congresso e a insegurança jurídica. Isso vai trazer repercussões sérias na economia. A própria população deve começar a poupar, porque poderá ter inflações muito maiores com a situação econômica que o país vai tomar”, alertou Brunini.
O prefeito avalia que o cenário pode afastar investimentos e agravar o custo de vida da população. “Quando há insegurança jurídica, o investidor recua. E quem paga por isso é o cidadão, com menos emprego, mais inflação e mais dificuldade para manter o básico em casa”, disse.
Brunini também comparou a situação atual com a crise econômica na Venezuela, dizendo que medidas semelhantes foram tomadas naquele país e levaram a um colapso financeiro. “Esse tipo de decisão só levou a Venezuela a um caos econômico muito maior. São ações que prejudicam o povo e enfraquecem o país”, afirmou.
Segundo o prefeito, o caso tem motivação política e pode gerar efeitos além da economia interna, afetando a imagem do Brasil no exterior. “Se essa decisão for motivada pelo posicionamento de Trump, isso mostra que não é processo legal, mas perseguição política. Isso trará retaliações internacionais, o que também pode afetar as relações comerciais e a nossa economia”, disse.
A operação foi realizada pela Polícia Federal, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. O STF acusa Bolsonaro e Eduardo de tentar interferir no Judiciário e pressionar os Estados Unidos a adotar sanções contra o Brasil. A decisão será analisada pela Primeira Turma do Supremo em plenário virtual.