Conteúdo/ODOC - Durante coletiva realizada nessa segunda-feira (21), a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), acusou o ex-prefeito Kalil Baracat (MDB) de práticas irregulares na administração pública, incluindo a emissão de notas fiscais antes da efetiva prestação de serviços.
Segundo ela, a conduta comprometeu o planejamento orçamentário do município e configuraria crime contra a administração pública. “Eles emitiam nota primeiro, sem o devido processamento. A pessoa sequer havia concluído o serviço, e já havia nota fiscal emitida. Depois vinham os empenhos, muitas vezes com valores superiores ao que havia sido realizado”, afirmou Flávia. “Isso não é apenas uma falha administrativa, é crime.”
A atual gestora também denunciou a existência de uma dívida de R$ 144 milhões deixada pela gestão anterior. Em documento assinado por Kalil, no entanto, consta um valor menor: R$ 90 milhões em restos a pagar. A diferença de R$ 54 milhões, segundo Flávia, refere-se a passivos não empenhados e que foram sendo descobertos gradualmente pela nova administração.
Ela citou como exemplo a aquisição de uniformes escolares. “Não constava nos restos a pagar, mas ao buscar informações para a compra deste ano, nos deparamos com uma dívida de quase R$ 5 milhões. Fomos conferir e a empresa havia entregue, sim, os uniformes, mas o compromisso não foi registrado como deveria”, explicou.
Outros serviços, como transporte escolar, fornecimento de merenda e até o contrato de estacionamento do Fórum da cidade, também estariam envolvidos em situações semelhantes. Flávia ainda destacou que há empenhos que foram cancelados no fim da gestão passada, o que dificultou ainda mais a identificação do passivo real deixado.
A prefeita afirmou que as informações levantadas serão analisadas juridicamente e, caso confirmadas as irregularidades, deverão ser encaminhadas aos órgãos de controle para as devidas providências. Até o momento, Kalil Baracat não se manifestou sobre as acusações.