PRESO EM FLAGRANTE

PF suspeita que celular de segurança era usado por lobista para negociar sentenças judiciais

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PF suspeita que celular de segurança era usado por lobista para negociar sentenças judiciais

Conteúdo/ODOC - A Polícia Federal realiza perícia no celular apreendido com o sargento aposentado da Polícia Militar Dejair Silvestre dos Santos, preso na última sexta-feira (6), em Primavera do Leste, durante a Operação Sisamnes. Ele foi detido por obstrução de Justiça, após tentar esconder o aparelho durante cumprimento de mandado na casa do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, para quem trabalhava como segurança.

A PF suspeita que o celular era usado por Andreson para continuar negociando decisões judiciais mesmo em prisão domiciliar. O lobista foi um dos principais alvos da operação, que investiga um esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e em outros estados.

No momento da ação, Dejair teria tentado esconder o telefone ao perceber a chegada dos agentes. Questionado, ele negou possuir o aparelho, mas os policiais encontraram um carregador ligado na tomada e, em seguida, localizaram o celular.

O episódio resultou em sua prisão em flagrante, posteriormente convertida em prisão preventiva pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mantém o caso sob sigilo.

A operação Sisamnes

Andreson foi preso em novembro de 2024, apontado pela PF como o operador de um esquema de venda de decisões judiciais. Em julho deste ano, ele passou para prisão domiciliar após apresentar laudo médico que indicava risco de morte, com aparência física bastante debilitada.

A investigação teve origem no assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá. O celular da vítima, apreendido na ocasião, revelou conversas com desembargadores e com o próprio Andreson, expondo uma rede de influência e negociação de sentenças judiciais.