Conteúdo/ODOC - A Polícia Civil de Mato Grosso encaminhou à Justiça uma nova representação pedindo o sequestro de uma caminhonete Ford Ranger pertencente à França & Moraes Sociedade de Advogados, empresa ligada aos advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, casal investigado na Operação Sepulcro Caiado, que apura o desvio de R$ 21 milhões do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O pedido foi protocolado no último dia 11 de novembro e solicita que o veículo seja incluído no rol de bens já bloqueados por decisão anterior.
Segundo o site Olhar Direto, a caminhonete foi comprada pela sociedade de advogados em 22 de julho de 2025, um dia antes da decisão do juiz Moacir Rogério Tortato, que determinou o bloqueio de R$ 21,7 milhões, além de imóveis e veículos de alto padrão pertencentes aos investigados.
Na ocasião, o magistrado determinou a indisponibilidade de 48 imóveis, entre fazendas, apartamentos em São Paulo, terrenos e casas em condomínios de luxo em Cuiabá. Em nome do casal Wagner e Melissa, foram bloqueados três apartamentos de alto padrão, uma casa em condomínio de luxo na capital e lotes nos bairros Alphaville 2 e Jardim Primavera.
Agora, com a descoberta da caminhonete, a Polícia Civil afirma que o bem se enquadra no mesmo contexto jurídico e fático dos demais bloqueios, pois teria sido adquirido em meio ao avanço das investigações. Por isso, solicitou o bloqueio imediato junto ao Detran-MT e a busca e apreensão do veículo, caso não seja localizado.
A nova representação foi apresentada no inquérito que apura crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, investigados no esquema de execuções judiciais fraudulentas que teria desviado milhões do TJMT.
O Ministério Público denunciou, em 22 de outubro, 11 pessoas ligadas ao grupo, incluindo os advogados Wagner e Melissa, o empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como líder da organização, e o servidor do TJ Mauro Ferreira Filho.
Apesar de o inquérito já ter sido transformado em ação penal, a Polícia Civil segue investigando novos fatos patrimoniais que podem levar a uma nova fase da operação.
Paralelamente, o promotor Adriano Alves, chefe do Gaeco, determinou a abertura de um inquérito suplementar para apurar indícios de lavagem de dinheiro supostamente cometida pelo casal Wagner e Melissa Vasconcelos e pela família Volpato.