Conteúdo/ODOC - Um dia após a prisão do vereador e secretário de Saúde de Curvelândia, Roberto Serenini (PL), a Polícia Civil revelou novos detalhes sobre a investigação que o liga ao transporte de 50 quilos de cocaína apreendidos em Várzea Grande no mês de agosto.
Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (4), o delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (Denarc), Wilson Cibulski, afirmou que o caso não se trata de uma ação isolada, mas de um esquema que envolve uma organização criminosa estruturada.
De acordo com Cibulski, o valor da carga — estimado em mais de R$ 2 milhões — reforça a hipótese da participação de facções. “Não há como falar em perseguição política ou armação. Ninguém cria uma situação com uma quantidade de droga desse valor. Está claro o envolvimento de uma organização criminosa, que coopta políticos e pessoas de diferentes setores para dar continuidade ao tráfico”, disse.
A apreensão ocorreu no dia 18 de agosto, quando equipes do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) localizaram o entorpecente em um ônibus que levava pacientes de Curvelândia para Cuiabá. A descoberta foi possível após denúncia anônima. Segundo a polícia, nem o motorista nem os passageiros tinham conhecimento da carga ilícita.
O delegado reforçou que a prisão de Serenini foi autorizada pela Justiça com base em elementos consistentes. “Não há dúvidas em relação à participação dele. Se não houvesse indícios fortes, não haveria decisão judicial. A investigação agora segue para identificar outros envolvidos e compreender toda a estrutura por trás desse carregamento”, afirmou.
Roberto Serenini foi detido em Cuiabá e, até o momento, não prestou depoimento formal. De maneira informal, ele negou qualquer envolvimento no esquema. A defesa deve se manifestar nos próximos dias.
