A pavimentação da MT-050 não é apenas uma obra de infraestrutura. Trata-se de uma decisão que define quem tem direito de ir e vir com segurança, quem pode acessar serviços públicos básicos e quem continuará isolado pelas chuvas, pela poeira e pelo abandono histórico que ainda marca tantas regiões de Mato Grosso.
O início dos estudos de topografia no trecho entre Praia Grande, em Várzea Grande, e Cedral, em Nossa Senhora do Livramento, representa muito mais do que um procedimento técnico: é o primeiro passo para tirar do papel uma demanda antiga e urgente do Baixo Pantanal.
As comunidades de Mangueiral, Figueiral, Valo Verde, Manduvi e outras localidades vivem a realidade de uma estrada que dita o ritmo da vida. Quando a via está intransitável, o transporte escolar não passa, a produção agrícola não chega ao mercado e o atendimento de saúde se torna um desafio diário. Em pleno século XXI, é inaceitável que famílias ainda precisem contar com a sorte para chegar à cidade em dias de chuva ou transportar doentes em estradas de terra que se transformam em lama.
Investir na pavimentação da MT-050 significa romper um ciclo de desigualdade territorial. Mato Grosso é um estado que se orgulha de sua força econômica, mas o desenvolvimento não pode continuar restrito às regiões já beneficiadas por infraestrutura. O Baixo Pantanal tem enorme potencial turístico, produtivo e cultural e a estrada é o elo que falta para transformar oportunidades em realidade.
É preciso reconhecer que o avanço dessa obra depende de vontade política e capacidade de articulação. O projeto técnico que está sendo elaborado deve servir como instrumento para buscar recursos junto ao Governo do Estado e aos parlamentares, mas, acima de tudo, como prova de que a população não aceita mais promessas vazias. Obras estratégicas não podem ser lembradas apenas em períodos eleitorais e esquecidas nos anos seguintes.
A MT-050 não é um favor: é um direito. E cada quilômetro pavimentado aproxima os moradores de uma vida mais segura, produtiva e digna. O primeiro passo já foi dado. Agora, cabe às lideranças públicas transformar esse início em compromisso concreto e à sociedade manter viva a cobrança, para que o Baixo Pantanal deixe definitivamente o mapa das dificuldades e passe a ocupar o lugar que merece no mapa do desenvolvimento de Mato Grosso.
Jodirce Miranda é secretária municipal de Administração e Planejamento de Nossa Senhora do Livramento