A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta sexta-feira (12), no município de Canarana (823 km a leste de Cuiabá), a Operação Guardiões 2, com o objetivo de combater crimes ambientais, ameaças contra comunidades ribeirinhas e indígenas, além do uso e porte ilegal de armas de fogo.
A investigação conduzida pela Delegacia de Canarana aponta que pessoas ligadas a algumas pousadas e ranchos, já alvos de investigações anteriores, voltaram a praticar atos criminosos na região do Xingu.
Foram cumpridos oito mandados judiciais de busca e apreensão domiciliares em endereços residenciais na cidade de Canarana, em ranchos ribeirinhos, embarcações e estruturas ligadas a região do rio Sete de Setembro, próximo ao rio Xingu.
A Operação Guardiões 2 também visou retirar de circulação armas de fogo e munições que poderiam ser utilizadas em ataques, apreender materiais para pesca ilegal, bem como caça e pescados ilegais.

O trabalho operacional contou com a participação de 45 policiais civis das unidades das Delegacias Regionais de Água Boa e Barra do Garças.
Investigação
Os suspeitos respondem inquéritos por envolvimentos em crimes ambientais, comércio ilegal de armas, tráfico de drogas, ameaças contra pescadores e lideranças indígenas com a conivência de colaboradores locais.
Entre as condutas criminosas identificadas estão o lançamento de fios de aço no leito do rio para impedir a navegação, disparos de arma de fogo para intimidar pescadores, pesca predatória em período de defeso, além da utilização de estruturas já interditadas para a continuidade das atividades ilícitas.
Conforme o delegado de Canarana, Diogo Jobane, os indícios revelaram que as armas ostentadas pelos suspeitos não possuem registro no Sistema Nacional de Armas, configurando porte e posse ilegal. “Há ainda registros de ameaças de morte explícitas contra moradores e lideranças indígenas locais, gerando clima de insegurança e medo”, completou o delegado.
A Delegacia de Canarana trabalha para cumprir a ordem pública, proteger a vida das comunidades e assegurar a confiança da sociedade no império da lei, diante da reiteração criminosa e do grave risco contra as comunidades tradicionais e ao meio ambiente.
A Polícia Civil reforça que continuará atuando de forma incisiva na região, em cooperação com demais órgãos ambientais e de segurança, para garantir o respeito às normas, a preservação do meio ambiente e a segurança da população.