Uma organização criminosa suspeita de crimes como extorsão, tortura e desmatamento foi alvo da maior operação já realizada pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO), que foi denominada de Operação Godos. O objetivo é cumprir 50 mandados de prisão temporária e bloquear mais de R$ 2 bilhões em bens dos investigados.
As investigações que culminaram na Operação Godos tiveram início em setembro de 2022, a partir de uma notícia de fato que apontava a existência de um grupo organizado e violento, atuante predominantemente na zona rural de Porto Velho, nas imediações da região de Nova Mutum Paraná, e especializado na prática reiterada de extorsões.
Eles usavam até armas de uso restrito para coagir as vítimas. O grupo fingia contratos legais de venda ou cessão, mas tudo era forçado. Quem não obedecia sofria retaliações graves, como ameaças de morte, agressões, destruição de bens, roubo de máquinas, animais e melhorias nas propriedades.
As terras, obtidas de forma criminosa, eram vendidas para terceiros e o dinheiro lavado com uso de laranjas, empresas de fachada e compra de imóveis. Além disso, eles transferiam os valores entre várias contas bancárias para dificultar o rastreamento.
Segundo o MP-RO, os suspeitos desmataram uma área de 25 mil hectares, equivalente a 35 mil campos de futebol de tamanho oficial. Os danos materiais, ambientais e climáticos somam mais de R$ 2 bilhões.
A operação conta com um efetivo de 500 pessoas, incluindo agentes das policias de Rondônia Amazonas e Pará, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia, a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia (Sesdec), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (Sedam), Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e Transportes de Rondônia (DER) e o Ministério Público do Mato Grosso.
A operação é considerada a maior já realizada pelo MP-RO, tanto em número de investigados quanto em medidas judiciais e valor bloqueado.