Policial
Polícia encontra restos mortais e documentos que seriam de mulher assassinada há 25 anos pelo marido
O trabalho foi realizado pela Polícia Civil e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). O homem de 64 anos que confessou ter matado a esposa, Luzinete Leal Militão, que tinha 28 anos, no ano de 1994, há quase 25 anos, também acompanhou a desenterramento dos ossos.
O delegado Ugo Ângelo Rech de Mendonça informou que os ossos, objetos pessoais e documentos estavam enterrados a 20 centímetros, em uma cova funda no banheiro da casa onde Jairo Narciso da Silva, 64 anos, morava com a mulher e duas crianças, uma de 6 anos, filho dele com a mulher, e uma segunda de 10 anos, filho de outro relacionamento da companheira.
Essa história veio à tona na última terça-feira (30), quando o idoso procurou, por iniciativa própria, a Polícia Civil relatando que queria confessar um crime. “Ele veio até mim quando estava de plantão. Estava com a esposa, inclusive, e falou que queria confessar a prática de um crime. Até achei que era alguma coisa mais leve. E acabou falando que matou a esposa e enterrou o corpo, em um banheiro que era construído anexo a casa”, disse o delegado.
A partir de então, a Polícia Civil passou a fazer checagens e confirmou haver um boletim registrado a mão, com caneta azul, comunicando o desaparecimento da mulher. O boletim é datado de 21 de outubro de 1994 e o comunicante é próprio marido da vítima, Jairo Narciso da Silva. No documento ele relata que a mulher sumiu na noite de 17 para 18 de outubro de 1994 e até aquela data da confecção do boletim ela ainda não tinha voltado para casa. Ainda na narrativa do boletim ele fala que entrou em contato com a mãe dela no Paraná, mas lá ela não tinha aparecido.
Vinte cinco anos depois, ele resolveu confessar o homicídio por remorso. O idoso contou ao delegado que matou a mulher com um golpe de barra de ferro na cabeça, quando a mulher estava deitada na cama e depois finalizou asfixiando a vítima até sua completa morte. Depois enterrou em um banheiro em construção, anexo à casa, junto com joias e documentos, para tentar simular que ela tinha fugido com um amante.
“Nesse tempo todo vinha falando para os filhos que ela tinha fugido com um amante”, disse. “Os filhos, agora adulto, ficaram sabendo essa semana”, completou o delegado.
A motivação, segundo o idoso, foi por ciúmes porque a mulher gostava de sair à noite. Ainda em depoimento, o suspeito contou que certo tempo depois vendeu o imóvel para uma terceira pessoa. Esse comprador foi identificado e afirmou a Polícia Civil ter comprado a casa dele.
O delegado Ugo Ângelo Rech de Mendonça, disse que foi representado junto ao Poder Judiciário por autorização judicial para escavar o local, visando encontrar os restos mortais da vítima, bem como outras provas que possam comprovar a materialidade dos fatos.
“O suspeito disse que resolveu procurar a polícia, pois bateu arrependimento. Mesmo que o homicídio tenha prescrevido, o crime de ocultação de cadáver é permanente, fato esse que o suspeito poderá ser responsabilizado criminalmente”, destacou o delegado.
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