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Jurídico

“Musa da pirâmide” é solta pela Justiça, mas terá que usar tornozeleira eletrônica por golpes milionários

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Taiza Tossat utilizava as redes sociais para se apresentar como especialista em investimentos, prometendo lucros diários para atrair investidores para aportes iniciais superiores a R$ 100 mil

Conteúdo/ODOC – A Justiça de Mato Grosso revogou, no último dia 14, a prisão preventiva de Taiza Tosatt Eloterio Ratola, empresária apontada como líder de um esquema de pirâmide financeira investigado pela Operação Cleópatra. A decisão foi da juíza Débora Roberta Pain Caldas, que concedeu liberdade provisória à acusada e ao companheiro dela, Wander Aguilera Almeida, sob cumprimento de medidas cautelares.

Entre as condições impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de deixarem o município de Sinop por 10 dias e de manterem contato com fornecedores de medicação irregular.

Taiza e Wander foram presos no início de novembro, ao desembarcarem no aeroporto de Sinop, com dinheiro em espécie, anabolizantes e munições de calibre restrito. Durante buscas realizadas na mansão da empresária, localizada em um condomínio de luxo na cidade, foram apreendidos R$ 419 mil em cheques, além de mais anabolizantes e munições de calibre .357, cuja posse é restrita.

De acordo com as investigações, Taiza utilizava as redes sociais para se apresentar como especialista em investimentos, prometendo lucros diários que variavam de %. Com essa estratégia, ela atraía investidores para aportes iniciais superiores a R$ 100 mil. Inicialmente, as vítimas recebiam os rendimentos prometidos, mas, após alguns meses, os pagamentos cessavam.

Quando os questionamentos começaram, a empresária teria dado justificativas até parar de responder às mensagens. O esquema causou um prejuízo de R$ 2,5 milhões a dezenas de vítimas, número que pode aumentar com o avanço das investigações.

Além de Taiza e Wander, a operação tem como alvos um médico e um ex-policial federal. Segundo a polícia, o ex-marido da empresária, Ricardo Ratola, ocupava a função de gestor de negócios no esquema, enquanto o médico exercia o cargo de diretor administrativo na empresa DT Investimentos.

Juntos, os investigados formavam um grupo que teria desestabilizado financeiramente diversas famílias, incluindo parentes e amigos próximos.

A Justiça determinou também o bloqueio de bens e valores dos envolvidos, além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em cidades como Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Jaciara. Uma caminhonete Ford Ranger e documentos foram recolhidos e seguem sob análise da polícia.

Em depoimento, Taiza optou por permanecer em silêncio sobre os cheques e cartões apreendidos. Em relação às munições encontradas, inicialmente afirmou que pertenciam ao atual companheiro, Wander. Depois, mudou a versão e disse que o material seria de seu ex-marido, alegando que pretendia entregá-lo ao advogado dele.

Sobre os anabolizantes, o casal confessou que eram para uso próprio. Segundo Taiza, os produtos seriam utilizados para reposição hormonal e na tentativa de engravidar.

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