conecte-se conosco


Jurídico

MPE pede suspeição de juiz que deu voz de prisão para mãe de filho assassinado

Publicado

Conteúdo/ ODOC – O Ministério Publico Estadual (MPE) pediu a suspeição do juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, da ação penal que investiga o assassinato de Cleowerton Oliveira Barbosa, após ele dar voz de prisão para a mãe da vítima durante uma audiência de instrução sobre o caso. O pedido é assinado pelo promotor de Justiça Vinicius Gahyva.

Tudo começou quando a mãe foi perguntada pela promotora do caso, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, se estava confortável em prestar depoimento na frente do suposto assassinado do filho dela, Jean Richard Garcia Lemes, que responde a ação em liberdade.

“Não, por mim ele pode ficar aí, para mim ele não é ninguém”, respondeu a mulher.

O advogado do réu então exigiu respeito com o seu cliente, momento que a mãe reiterou seu posicionamento, mas é interrompida pelo juiz, que também exigiu respeito e “inteligência emocional”.

Inicia-se uma pequena discussão e o magistrado decide encerrar a audiência. Revoltada, a mãe da vítima se levantou, apontou para o réu, bateu na mesa e disse alguma coisa. Neste momento, ela recebeu a voz de prisão de Perri.

No pedido, o promotor afirmou que o magistrado não conduziu a audiência com imparcialidade.

“O fato ocorrido em audiência de instrução, onde a genitora da vítima, vítima indireta do grave crime praticado pelo réu, além de passar por uma série de eventos traumáticos em sua vida, tendo impacto significativo em sua vida pessoal, familiar e social, sofreu revitimização, pois além de intensificar, claramente, o seu desconforto emocional, o magistrado deu voz de prisão a mesma, pelo suposto crime de ameaça”, diz trecho do pedido.

“Ora, quando a mãe de uma vítima de crime de homicídio diz que, para ela, o réu “não é ninguém”, é clarividente que é só uma mãe tratando com indiferença aquele que indiferente foi à existência de seu bem maior, seu filho”, diz outro trecho.

Gahyva ainda citou que advogado do réu passou a gravar a mãe, depois que ela recebeu voz de prisão, com a intenção de “extrair algum benefício a seu cliente, em detrimento da vítima indireta”.

Apontou que o juiz pediu ao advogado do réu que fornecesse a gravação por ele feita dentro da sessão, o que, segundo o promotor, expôs ainda mais a mulher.

“Ora, a conduta da vítima indireta não está sendo apurada nesta Ação Penal, de modo que a juntada do vídeo demonstra espetacularização desnecessária, ou seja, irrelevante a juntada. Portanto, verifica-se que o episódio ocorrido em sala de audiência, a prisão da Srª Sylvia Miriam Tolentino de Oliveira, genitora da vítima, gerou ressentimentos no Magistrado”, afirmou o promotor no pedido.
“Diante do exposto, considerando a natureza prejudicial da exceção de suspeição, o Ministério Público requer que o Exmo. Sr. Juiz de Direito da Décima Segunda Vara Criminal de Cuiabá/MT, Dr. Wladymir Perri, se abstenha de qualquer decisão nos presentes autos”, pediu.

A Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso abriu uma investigação, na última quarta-feira (18), contra o juiz. Segundo o órgão, o procedimento tem prazo de 140 dias e tramita em sigilo.

publicidade
Clique para comentar

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política MT

Policial

Mato Grosso

Esportes

Entretenimento

Mais Lidas da Semana