Conteúdo/ODOC - O Ministério Público Eleitoral (MPE) recomendou a improcedência da ação que apura um suposto abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação por parte da prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), e do vice, Tião da Zaeli (PL), durante as eleições municipais.
Também é alvo da investigação o repórter Edvaldo Barbosa de Carvalho, acusado de participar da divulgação de conteúdos falsos contra o então candidato à reeleição, Kalil Baracat (MDB).
A ação, proposta pelos diretórios municipais do MDB e do União Brasil, apontava que o grupo teria promovido publicações e vídeos com acusações infundadas ligando Kalil Baracat a esquemas de corrupção mencionados na Operação Gota D’Água. O material teria circulado em redes sociais durante o período eleitoral.
Entre os episódios analisados, está a postagem de um vídeo em que um homem aparece apenas de cueca tomando banho em um prédio público. O vídeo foi compartilhado por Flávia Moretti como se tivesse sido gravado em Várzea Grande, mas posteriormente se confirmou que as imagens eram de Lavras (MG). A prefeita apagou o conteúdo após perceber o erro.
Outros pontos levantados na denúncia incluíam supostas manipulações em consultas processuais e a divulgação de questões envolvendo a família do ex-prefeito. Também foi investigada a existência de um possível caixa 2 para pagamento de influenciadores e marqueteiros durante a campanha.
No parecer, o MPE concluiu que não há provas suficientes para sustentar as acusações nem elementos que indiquem gravidade capaz de justificar punições como a cassação do mandato. Segundo o órgão, as manifestações questionadas tiveram base em fatos noticiados pela imprensa e se enquadram no campo das críticas políticas, sem configurar fake news em sentido jurídico.
O Ministério Público também destacou que as plataformas de redes sociais informaram não haver registros de impulsionamento pago nas páginas associadas à campanha de Flávia Moretti entre 16 de agosto e 6 de outubro de 2024.
Responsável pela comunicação da campanha, o ex-deputado Ulysses Moraes explicou que foi contratado por meio da empresa Lemos Serviços Digitais, pertencente a Marcelo Lemos, e que todos os gastos foram devidamente registrados na prestação de contas da prefeita.