SEGURANÇA PÚBLICA

Morte de delegado em SP reforça alerta sobre riscos e sacrifícios da carreira policial

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Morte de delegado em SP reforça alerta sobre riscos e sacrifícios da carreira policial
Para o delegado Frederico Murta, que comanda a CORE em MT, episódio evidencia a necessidade de fortalecer o enfrentamento ao crime organizado e reconhecer o preço da missão

A execução do delegado Ruy Ferraz, ex-delegado-geral de São Paulo, ocorrida nesta segunda-feira (15) em Praia Grande (SP), cuja causa ainda está sendo investigada, trouxe novamente à tona o debate sobre os riscos enfrentados por policiais em todo o país e os desafios crescentes no combate ao crime organizado. Ferraz era considerado o inimigo número 1 do PCC, facção criminosa que há décadas exerce influência sobre atividades ilícitas em diferentes estados.

Em Mato Grosso, episódios recentes envolvendo facções criminosas reforçam a complexidade do cenário nacional, ainda que as forças de segurança do estado tenham conseguido respostas firmes para conter a atuação das organizações.

Nos últimos anos foram dezenas de operações da Polícia Civil que atacaram de forma contundente a estrutura das organizações, em especial, realizando a chamada asfixia financeira dos grupos.

Além disso, a recorrência de casos de enfrentamento dos criminosos ás esquipes especializadas durante as ações policiais, chamam a atenção. Tivemos um caso recente, em agosto, onde um criminoso faccionado atentou contra uma de nossas equipes durante o cumprimento de ordem judicial, e acabou sendo neutralizado.

Para o delegado Frederico Murta, que comanda a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil, a morte de Ruy Ferraz expõe mais do que a vulnerabilidade de quem está na linha de frente. É também um lembrete do preço que a carreira policial cobra diariamente, mesmo após a aposentadoria. “Cada um de nós sabe que essa missão impõe renúncias: finais de semana, feriados, pequenas liberdades com a família e amigos. Todo aquele que escolhe esse caminho paga um preço alto, e alguns, infelizmente, pagam o mais alto de todos”, afirma.

Segundo ele, a reflexão deve ir além do luto. “Não se trata apenas de reagir a episódios graves, mas de reconhecer o peso dessa missão, fortalecer as políticas públicas e garantir proteção aos que exercem esse enfrentamento. Só assim poderemos combater o crime organizado sem abrir mão de vidas que não deveriam ser perdidas”, conclui.