Conteúdo/ODOC - Um grupo de moradores de áreas invadidas próximas à Avenida Contorno Leste, em Cuiabá, se reuniu na manhã desta segunda-feira (30) em frente à sede da prefeitura para protestar contra uma possível remoção das famílias. Os manifestantes cobram do prefeito Abilio Brunini (PL) medidas que impeçam o despejo e garantam segurança habitacional às famílias que vivem no local.
O prefeito foi ao encontro dos manifestantes por volta das 10h30, acompanhado por forte aparato policial. Abilio informou que o caso está sendo conduzido por um núcleo formado pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, com base em um relatório elaborado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc).
Segundo o levantamento, 172 famílias foram classificadas como em situação de vulnerabilidade e seriam contempladas com realocação para uma nova área.
Durante a conversa com os manifestantes, o prefeito explicou que qualquer possibilidade de a prefeitura adquirir o terreno dependerá de uma reavaliação dos dados apresentados pelo Estado. O imóvel em questão está avaliado em cerca de R$ 20 milhões. Ele também cobrou apoio financeiro de parlamentares estaduais e federais para viabilizar uma possível compra.
“Estão pensando em outro espaço, ali perto mesmo, para transferir essas famílias. Mas quem define isso é o núcleo que está tratando do caso. O que vocês precisam entender é que, se acharem que foram injustiçados no relatório, o caminho é pedir uma nova análise junto ao Ministério Público ou à Assistência Social do Estado”, afirmou.
Abilio ainda relatou dificuldades enfrentadas por equipes da assistência social do município, que teriam sido impedidas de acessar a área. “Nossa equipe tentou entrar para fazer o levantamento das famílias, mas foi ameaçada. Sem acesso, fica impossível saber quem vive ali e como podemos ajudar.”
O prefeito se comprometeu a apoiar os pedidos de revisão dos cadastros, desde que haja condições para que o município possa atuar na região. Ele reforçou que está disposto a intermediar o diálogo entre os moradores e os órgãos responsáveis, mas alertou que a solução depende de dados corretos e da cooperação das partes envolvidas.