CRISE ENTRE PODERES

Mauro Mendes acusa Alcolumbre de “autoritarismo” ao não pautar impeachment de ministro do STF

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Mauro Mendes acusa Alcolumbre de  “autoritarismo” ao não pautar impeachment de ministro do STF
A declaração de Mendes foi feita em Brasília, após reunião com governadores de nove estados

Conteúdo/ODOC - O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), criticou a postura do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por afirmar que não irá colocar em votação um eventual pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo que todos os 81 senadores apoiem a medida.

A declaração de Mendes foi feita em Brasília, após reunião com governadores de nove estados e do Distrito Federal, na residência oficial do governador Ibaneis Rocha (MDB). O encontro tratou da crise institucional no país e das consequências econômicas da decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros.

“Não podemos aceitar, sob o pretexto de defender a democracia, a imposição de atitudes autoritárias. Isso parece estar acontecendo hoje no Brasil. Vi uma declaração do presidente do Senado, Alcolumbre, que me preocupou profundamente: ele afirmou que, mesmo que os 81 senadores peçam, não vai pautar um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes. Isso é autoritarismo. Como se condena alguém por atitudes autoritárias agindo da mesma forma?”, questionou o governador na quinta-feira (7).

Segundo informações de bastidores, Alcolumbre disse a líderes da base e da oposição que não pretende pautar o assunto. Pela Constituição, a decisão de colocar ou não em votação um pedido de impeachment de ministro do STF cabe exclusivamente ao presidente do Senado.

A fala de Alcolumbre gerou reação imediata na oposição. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou nas redes sociais que, diante da posição do senador, o impeachment não seria apenas contra Moraes, mas também contra o próprio presidente da Casa.

O movimento para afastar Alexandre de Moraes ganhou força após ele determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta semana, a oposição protocolou no Senado o pedido de impeachment com 41 assinaturas — número mínimo necessário para dar andamento ao processo. Com isso, os parlamentares encerraram a ocupação da Mesa Diretora e a obstrução das votações, mas anunciaram que manterão a pressão sobre Alcolumbre para que dê seguimento ao caso.

Para que o impeachment seja aprovado, caso seja pautado, será necessário o apoio de ao menos 54 senadores, o equivalente a dois terços do plenário.