Conteúdo/ODOC - O médico Ruy de Souza Gonçalves, de 68 anos, exonerado da Prefeitura de Cuiabá após ser denunciado por assédio sexual contra uma paciente na UPA Pascoal Ramos, acionou a Justiça na tentativa de retornar ao cargo. O profissional, que também é advogado, alega ter sido vítima de uma trama e afirma que sua exoneração foi arbitrária e sem o devido processo legal.
O caso aconteceu em dezembro de 2024, quando Ruy foi preso em flagrante pela Polícia Militar após a coordenadora da unidade acionar as autoridades. A paciente relatou que o médico teria feito avanços inadequados durante o atendimento e gravou parte da interação, em que ele supostamente pediu um "beijinho". A gravação foi apresentada como prova pela vítima.
No mandado de segurança protocolado na 5ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, nesta terça-feira (14), a defesa de Ruy argumenta que a exoneração ocorreu sem a realização de sindicância ou processo administrativo, violando os princípios do contraditório e da ampla defesa. O médico também pede a nulidade da exoneração, o pagamento de salários retroativos e sua transferência para outra unidade de saúde, alegando não possuir histórico que desabone sua conduta profissional.
Ruy afirma ser idoso e depender exclusivamente de sua remuneração como servidor público para se sustentar. Ele também aponta que o episódio gerou um “grande abalo emocional e financeiro, agravado pela repercussão pública do caso”.
Além do episódio na UPA Pascoal Ramos, o médico possui um histórico de condutas controversas. Segundo registros judiciais, ele já foi alvo de um mandado de prisão por descumprir medidas cautelares e enfrenta outros processos, incluindo denúncias de injúria e ameaça contra profissionais de saúde.
O pedido de liminar será analisado pela Justiça nos próximos dias. Em janeiro, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso já havia negado um pedido semelhante, alegando incompetência para julgar o caso em segunda instância e encaminhando-o à primeira instância.