CRÍTICAS AO JUDICIÁRIO

Mauro Mendes diz que impunidade em casos como o de Silval Barbosa alimenta violência no país

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Mauro Mendes diz que impunidade em casos como o de Silval Barbosa alimenta violência no país

Conteúdo/ODOC - O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), voltou a criticar a forma como crimes de corrupção são tratados no Brasil e disse que a sensação de impunidade alimenta a violência e a descrença no sistema de Justiça. Em entrevista concedida na quinta-feira (2), Mendes citou como exemplo o caso do ex-governador Silval Barbosa, que recorreu à delação premiada após ser acusado de chefiar esquemas milionários de corrupção.

“Me diga, o que aconteceu de efetivo com a delação do senhor Silval Barbosa aqui em Mato Grosso? E de tantos outros que quiseram delação? É triste e lamentável que hoje vivamos essa sensação de impunidade”, afirmou.

Para o governador, o problema não se limita a casos isolados. Mendes avalia que o Brasil convive há décadas com um sistema judicial sobrecarregado, lento e permissivo, o que faz com que criminosos de colarinho branco recebam punições brandas ou arrastem processos por anos. “Temos um sistema judicial abarrotado, cheio de recursos, que se preocupa muito com o criminoso e, na maioria das vezes, não se preocupa com as vítimas”, disse.

Segundo ele, a perpetuação dessa dinâmica criou uma cultura de descrédito nas instituições. “A violência que nós estamos colhendo hoje foi plantada há anos, quando a sociedade passou a conviver com essa sensação de impunidade”, pontuou.

Mendes ainda destacou que a falta de punição severa reflete até no comportamento de cidadãos comuns. “Isso faz com que pessoas que nunca cometeram um crime, nunca levaram uma multa, passem a acreditar que podem cometer delitos graves, até matar alguém, porque não acreditam que serão realmente punidas”, alertou.

O governador defendeu que reformas no sistema de Justiça são fundamentais para recuperar a confiança da sociedade e dar mais equilíbrio ao processo penal. “É preciso encontrar medidas que garantam os direitos dos acusados, mas também tragam proteção e justiça às vítimas”, concluiu.