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MT e Bolívia firmarão acordo para combate ao tráfico de pessoas; maioria das vítimas é para trabalho escravo

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Dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) mostram que mais de 19 pessoas foram vítimas de tráfico, entre 2013 e 2017

O Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Netrap), que é vinculado a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Setasc), firmará um acordo bilateral com a Bolívia para viabilizar medidas de combate ao tráfico de pessoas.

O assunto foi pauta de uma reunião entre representantes bolivianos com o governador do Estado, Mauro Mendes, e a secretária da Setasc, Rosamaria Carvalho, e realizado na segunda-feira (29), dia que antecede o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.  Após o encontro, foi também realizada a 2ª Reunião Bilateral Brasil-Bolívia sobre Tráfico de Pessoas.

O governador ressaltou a importância do trabalho em conjunto e a boa vontade para resolver os problemas que envolvem o assunto.

“O tráfico de pessoas é algo que envolve muitos setores. É preciso que a importância do assunto seja de entendimento de todos. Estaremos sempre apoiando ações como essa”, disse Mendes.

“Haverá todo um trabalho em conjunto para combater o tráfico de pessoas, cuja luta está inserida na pasta de Direitos Humanos da Setasc, mas dependerá de ações de outras secretarias e entidades ligadas ao Estado”, completou Rosamaria.

A secretária-adjunta de Direitos Humanos, Salete Morockoski, explicou que a 2ª Reunião Bilateral Brasil-Bolívia sobre Tráfico de Pessoas será dividida em três dias, finalizando com a assinatura do termo de intenção entre o governo de Mato Grosso e a Bolívia.

“Estamos discutindo todas as áreas que envolve a problemática, incluindo entidades e representantes que trabalham com o tema, para chegar ao acordo bilateral”, pontuou.

A coordenadora do Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap-MT), Dulce Regina Amorim, explicou que o tráfico de pessoas cresceu nos últimos anos principalmente entre crianças e adolescentes para exploração sexual, embora muitos casos não sejam quantificados.

“É preciso uma atuação mais compacta para proteger a vítima. Temos casos impressionantes de tráfico para Bolívia, assim como em situações que envolvem pessoas bolivianas traficadas em Mato Grosso”, afirmou Amorim.

Dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) mostram que mais de 19 pessoas foram vítimas de tráfico, entre 2013 e 2017, direcionadas, na maior parte, para o trabalho escravo. A representante do governo boliviano, Ana Valeria Escobar, informou os trabalhos de combate ao tráfico de pessoas realizados na Bolívia, mas destacou a necessidade do apoio bilateral para a continuidade das ações, principalmente no que se refere a prevenção.

“É fundamental essa sincronia de informações para coibir esse crime nos dois países”, pontuou.

O coordenador do Programa Escola de Conselhos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Antônio José Ângelo Motti, que desenvolveu um trabalho de combate ao tráfico de pessoas nos países da Mercosul, ressaltou que esse acordo bilateral Brasil/Bolívia, de iniciativa do governo mato-grossense, é um avanço único no país.

“Tivemos várias discussões em Mato Grosso do Sul, mas nada que envolvesse outro país”, concluiu.

 

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