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Livro "EnCerrado", de Nicolas Behr, chega na próxima sexta-feira em Cuiabá

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Livro "EnCerrado", de Nicolas Behr, chega na próxima sexta-feira em Cuiabá

Editado pela Impressões de Minas, conhecida pela qualidade gráfica de seus livros, "EnCerrado", de Nicolas Behr, tem como temática básica as graves ameaças à sobrevivência do cerrado, o segundo maior bioma brasileiro. O livro será lançado na próxima sexta-feira (26), das 17h às 22h, na Casa Biosfera, situada nas proximidades da Praça da Mandioca

Nascido em Cuiabá, MT, a capital do agronegócio, o poeta foi criado em uma fazenda no norte do estado, em Diamantino. Nicolas Behr teve, desde a infância, um contato muito próximo com a flora e a fauna da savana com a maior diversidade biológica em todo o mundo.

Jovem, mudou-se para Brasília, também no cerrado, no começo dos anos 1970, e na capital começou a produzir livrinhos mimeografados, fazendo parte da chamada poesia marginal. Logo se engajou no movimento ecológico no início dos anos 1980, fundou ONGs de defesa do meio ambiente e foi trabalhar na Fundação Pró-Natureza.

Nesse período tinha como hobby a produção de mudas de espécies nativas do cerrado, passando, no começo dos anos 1990, a sobreviver de um viveiro de mudas, o Pau-Brasília, até hoje em atividade.

O livro "EnCerrado" é uma tradução poética de todo o conhecimento acumulado por Nicolas Behr na sua vivência com o nosso rico cerrado. Com uma linguagem clara e direta, que o caracteriza, o poeta alerta contra o fim desse bioma tão estratégico para o Brasil, seja na geração de energia elétrica quanto na produção de alimentos.

Com texto de apresentação do jornalista e escritor Carlos Marcelo, fotografias de Truman Macedo e projeto gráfico de Mário Vinícius, o livro "EnCerrado" traz, entre poemas apocalípticos e versos encantados, uma reflexão sobre o nosso futuro comum: a sobrevivência da espécie humana neste planeta.

Apesar de viver em Brasília desde os anos 1970, Nicolas sempre manteve um forte laço afetivo com Cuiabá, visitando frequentemente a cidade onde nasceu.

"Tenho o cerrado nas veias"

Nascido em Cuiabá em 1958 e com poucos dias, Nicolas Behr foi morar numa fazenda, em Diamantino, município localizado na região centro-oeste de Mato Grosso, onviveu até os dez anos. A fazenda onde passou a infância não tinha luz elétrica e nesse ambiente rural, Nicolas teve contato com a vegetação nativa e animais silvestres. "Tive uma infância feliz no meio de um ambiente selvagem que virou soja e capim", rememora o poeta.

Em seguida mudou-se para Cuiabá onde fez o ensino fundamental, mudando-se mpara Brasília em 1974. Em 1977 começou a publicar seus livrinhos de poesia e se engajou no movimento ecológico. Em 1982, dez anos antes da Eco Rio, participou da criação do MOVE – Movimento Ecológico de Brasília, a primeira ONG ambientalista da capital. Nesse período trabalhou como redator em agências de publicidade e foi presidente do Clube de Observadores de Aves do Distrito Federal, editando um informativo chamado Olha o Passarinho!.

Em 1992 o passatempo virou negócio, do qual sobrevive até os dias atuais, o viveiro de plantas, o Pau-Brasília. "Tenho o cerrado nas veias. Este livro é a tradução poética de tudo o que sei e sinto sobre esse fantástico bioma, a savana com maior diversidade biológica em todo o mundo", diz Nicolas.

O poeta ressalta que o cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, e que está sendo destruído numa velocidade alarmante. Indaga ele: "Será que perdemos a capacidade, enquanto humanidade, de salvar a nós mesmos?". "EnCerrado" é composto por poemas encantados e versos catastróficos. "O grito do cerrado virou lamento. Sinto muito. O cerrado também", conclui Nicolas Behr.