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Jurídico

Justiça vê risco de novos crimes e nega liberdade a ‘Musa das Pirâmides’ em Cuiabá

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De acordo com o MP, o esquema operado por Taiza entre 2020 e 2022 movimentou quase R$ 5 milhões

Conteúdo/ODOC – O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, negou o pedido de revogação da prisão preventiva de Taiza Tosatt Eleoterio da Silva Ratola, conhecida como “Musa das Pirâmides”. A empresária é acusada de liderar um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízos de quase R$ 5 milhões.

Na decisão, o magistrado destacou o perigo de reiteração delitiva, apontando que Taiza continua a atuar em atividades similares às que motivaram sua prisão. Segundo as investigações, há indícios de que a empresária usa a internet para promover novos esquemas fraudulentos e captar investidores desavisados.

Taiza foi presa no dia 31 de outubro deste ano, ao desembarcar no aeroporto de Sinop, durante a Operação Cleópatra, que também teve como alvo seu companheiro, Wander Aguilera Almeida. Apesar de ter tido um mandado de prisão revogado pela juíza Débora Roberta Pain Caldas, da Segunda Vara Criminal de Sinop, ela permaneceu detida por determinação da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.

A empresária, proprietária da DT Investimentos, é investigada por crimes de estelionato, associação criminosa e fraude, em decorrência de um esquema de pirâmide financeira que lesou dezenas de vítimas em Cuiabá.

Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), o esquema operado por Taiza entre 2020 e 2022 resultou em prejuízos de R$ 4.927.870,24. O juiz Jean Garcia frisou que os crimes são extremamente graves, com repercussão nacional, e que algumas vítimas perderam economias acumuladas ao longo de toda a vida.

De acordo com o MP, mesmo após os fatos denunciados, Taiza teria continuado a atuar em operações financeiras de risco, utilizando o perfil “@daytradeassertivo” nas redes sociais para atrair novos investidores. As provas anexadas ao processo mostram que ela coordenava as operações ao lado de Wander Aguilera, que seria o rosto do esquema, enquanto ela atuava nos bastidores.

No pedido de revogação da prisão, a defesa alegou ausência de contemporaneidade das acusações e gravidade abstrata das imputações. Contudo, o magistrado enfatizou que os elementos apresentados, como áudios, vídeos e mensagens de WhatsApp, confirmam a participação da acusada nas atividades investigadas.

“A atuação evidencia que ela continua a se enveredar em condutas similares àquelas que causaram enormes prejuízos às vítimas”, afirmou o juiz. Ele também ressaltou que o receio de novas práticas delitivas está amplamente comprovado, configurando um risco concreto à ordem pública.

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