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Jurídico

Justiça nega pedido de delegado e mantém apreensão de arma usada na execução de advogado em Cuiabá

Publicado

Roberto Zampieri foi assassinado em dezembro do ano passado logo após deixar seu escritório

Conteúdo/ODOC – A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, decidiu nesta quinta-feira (17) pela manutenção da apreensão da arma usada no assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023. O revólver Taurus G3 9mm, que pertence ao ex-militar Hedilerson Fialho Martins Barbosa, acusado de intermediar o crime, será mantido como prova no processo e poderá ser utilizado pelas partes no julgamento, caso o trio de réus seja levado a júri popular.

A decisão veio após o delegado responsável pelo inquérito, Nilson Andre Farias de Oliveira, solicitar o envio da arma para o 44º Batalhão de Infantaria Motorizado. Ele argumentou que o objeto já havia sido periciado e que a delegacia não possui condições adequadas de armazenamento, especialmente de armas de fogo, munições e drogas, o que representa um risco à segurança da unidade. No entanto, a magistrada considerou que a arma ainda é relevante para o andamento do processo, principalmente em uma eventual sessão de julgamento pelo Tribunal do Júri.

“A apreensão da arma de fogo ainda interessa ao deslinde do feito, visto que se processa a prática de crime doloso contra a vida consumado. Em caso de pronúncia dos processados, a arma poderá ser utilizada pelas partes na sessão de julgamento”, destacou a juíza em sua decisão.

Na mesma decisão, a juíza criticou duramente a postura da defesa dos réus, em especial a da advogada de Etevaldo Luiz Caçadini, coronel do Exército acusado de financiar o crime. A fase de instrução do processo já foi encerrada, mas a defesa vem solicitando repetidamente prorrogações de prazos, alegando necessidade de mais tempo para analisar provas extraídas do celular de Roberto Zampieri, apelidado de “Iphone Bomba”.

A arma calibre 9mm (no detalhe), pertence ao ex-militar Hedilerson Fialho Martins

Anna Paula destacou que o acesso às informações do celular já havia sido autorizado em setembro, mas que os advogados só realizaram a cópia dos dados quase um mês depois, em outubro. “A defesa não pode tirar proveito de uma ocasião por ela própria causada”, afirmou a magistrada, lembrando que uma das regras processuais é que ninguém pode se beneficiar de uma situação que ele mesmo gerou.

O crime

O pedreiro Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini são acusados pelo Ministério Público de envolvimento no homicídio triplamente qualificado de Roberto Zampieri. A denúncia aponta que o crime foi cometido mediante pagamento e promessa de recompensa, além de uso de arma de fogo de uso restrito, dificultando a defesa da vítima.

Roberto Zampieri foi executado a tiros no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, no final de 2023. Segundo a investigação, Antônio Gomes da Silva, com a ajuda de Hedilerson, teria sido o responsável pelos disparos, enquanto Etevaldo Luiz Caçadini teria financiado o crime. A motivação estaria ligada a uma disputa de terras envolvendo o fazendeiro Aníbal Laurindo, apontado como um dos mandantes da execução.

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