CASO RENATO NERY

Justiça Militar revoga medidas cautelares e autoriza retorno de PMs a funções administrativas

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Justiça Militar revoga medidas cautelares e autoriza retorno de PMs a funções administrativas

Conteúdo/ODOC - O Conselho Permanente de Justiça Militar revogou parte das medidas cautelares impostas aos policiais militares da Rotam Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessando Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.

Os quatro foram autorizados a retornar às atividades na corporação, porém restritos a funções administrativas, sem atuação operacional.

Eles são réus em ação penal que investiga a simulação de um confronto para plantar, com auxílio de terceiros, a arma utilizada no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.

A decisão foi tomada em audiência nesta terça-feira (13), com voto vencido do juiz João Bosco Soares da Silva. Além da tornozeleira, foram suspensas medidas como comparecimento periódico em juízo, proibição de contato com envolvidos no processo, recolhimento domiciliar noturno, suspensão do exercício da função pública, monitoração eletrônica e suspensão do porte de armas. A única restrição mantida foi a proibição de contato com a vítima, seus familiares e testemunhas.

De acordo com o processo, os réus também respondem pelo homicídio de Walteir Lima Cabral, duas tentativas de homicídio e pelos crimes de fraude processual, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.

O confronto teria ocorrido na madrugada de 12 de julho de 2024, uma semana após a morte de Nery, na Avenida Contorno Leste, bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá. Segundo o boletim de ocorrência, os policiais atenderam a uma denúncia de roubo de um Volkswagen Gol.

Os suspeitos estariam a caminho de um desmanche de carros, quando foram abordados. Conforme os PMs, houve troca de tiros, resultando na morte de um dos ladrões, um ferido e um terceiro que conseguiu fugir.

No entanto, a perícia no local não encontrou cápsulas deflagradas das pistolas Glock G17 e Jericho, usadas pelos suspeitos. Há suspeita de que os policiais tenham plantado as armas, incluindo a Glock utilizada na morte de Renato Nery.
Relembre o crime

O advogado Renato Nery foi baleado na cabeça em 5 de julho de 2024, ao chegar em seu escritório na Avenida Fernando Correa da Costa, em Cuiabá. Gravemente ferido, ele foi levado ao Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, passou por cirurgias, mas morreu no dia seguinte.

Segundo a investigação, o casal de empresários Julinere e César teria encomendado a morte de Nery devido a uma disputa milionária de terras. O policial militar Heron Teixeira Pena Vieira é apontado como intermediador, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva como autor dos disparos.