Conteúdo/DOC - A Justiça Federal de Mato Grosso decidiu manter detido o chileno Martín de Los Santos Lemahnn, capturado pela Polícia Federal na noite de terça-feira (2), em um hotel de Cuiabá. Ele é procurado internacionalmente por agressões contra um idoso e um policial em seu país de origem. A prisão foi feita com base em alerta da Interpol.
Durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (3), o juiz responsável informou que não possui competência para decidir sobre a manutenção da prisão preventiva e determinou o envio imediato dos autos ao Supremo Tribunal Federal (STF), instância que conduzirá o processo de extradição. O vídeo da audiência também será encaminhado.
Na sessão, o magistrado explicou a Lemahnn que sua detenção visa garantir os trâmites legais para sua possível devolução ao Chile. O estrangeiro afirmou entender que a prisão é ilegal, alegando possuir um habeas corpus favorável no país andino. Ainda assim, disse que não sofreu qualquer tipo de agressão ou maus-tratos no Brasil e que teve acesso a alimentação, água e exame de corpo de delito.
O chileno também relatou que ainda não conseguiu contato com seus advogados no Chile, pois os números estão armazenados no celular que foi apreendido durante a prisão. Diante disso, e com o consentimento do réu, o juiz autorizou que a Polícia Federal acessasse o aparelho exclusivamente para localizar os contatos dos defensores. Qualquer outra forma de consulta aos dados do celular foi vetada.
Martín de Los Santos é acusado no Chile por lesão corporal grave contra um idoso, além de agressões leves e ameaças a um policial. Desde que entrou no território brasileiro, ele circulou por diversos estados, como Santa Catarina e São Paulo, até ser localizado na capital mato-grossense.
A prisão do estrangeiro foi possível graças à articulação entre a Polícia Federal do Brasil e a Polícia de Investigações do Chile (PDI), com apoio do Setor de Capturas Internacionais e dos Núcleos de Cooperação Internacional em SC e SP.
Enquanto aguarda a tramitação do processo no Supremo, Lemahnn permanecerá sob custódia das autoridades brasileiras.