Conteúdo/ODOC - A juíza da 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá, Rita Soraya Tolentino de Barros, decidiu manter o andamento do processo que investiga a ex-secretária de Estado de Cultura, Janete Riva, por possível prática de “Caixa 2” durante sua campanha ao governo de Mato Grosso em 2014. O recurso apresentado pela defesa foi negado, conforme decisão publicada nesta sexta-feira (4).
No pedido, os advogados de Janete alegavam ausência de fundamentos na denúncia, mas a magistrada considerou que os argumentos utilizados pela defesa devem ser analisados apenas no julgamento do mérito, o que ocorre após a fase de instrução e coleta de provas. “A denúncia está devidamente fundamentada e descreve formalmente a conduta da acusada. Questões sobre sua procedência ou improcedência serão examinadas após a produção de provas”, afirmou a juíza.
Além de manter a denúncia, a magistrada agendou uma audiência para o próximo dia 29 de julho, intimando tanto Janete quanto seu esposo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva, para prestarem esclarecimentos.
De acordo com o Ministério Público Eleitoral, José Riva teria articulado a candidatura da esposa após ser barrado pela Justiça Eleitoral por enquadrar-se na Lei da Ficha Limpa. Ainda segundo a denúncia, Riva teria solicitado R$ 2 milhões ao então governador Silval Barbosa para financiar a campanha de Janete, valor que não foi declarado à Justiça Eleitoral.
Os repasses teriam ocorrido de três formas: R$ 1 milhão destinados à confecção de material gráfico com a empresa Gráfica Print; R$ 500 mil em espécie entregues por Antônio da Cunha Barbosa Filho, conhecido como Toninho Barbosa, no estacionamento de um centro comercial de Cuiabá; e outros R$ 500 mil, também em dinheiro, pagos pelo próprio Silval Barbosa no Palácio Paiaguás.
Na eleição de 2014, Janete Riva terminou em terceiro lugar, com mais de 144 mil votos. O pleito foi vencido por Pedro Taques.