OPERAÇÃO QUÉFREN

Justiça do Ceará solta influencer de Cuiabá que divulgava ‘jogo do tigrinho’, mas veta redes sociais

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Justiça do Ceará solta influencer de Cuiabá que divulgava ‘jogo do tigrinho’, mas veta redes sociais
Presa em Cuiabá em junho, Emilly Souza não poderá usar redes sociais, nem divulgar jogos e sorteios

Conteúdo/ODOC - A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) concedeu liberdade provisória à influenciadora digital Emilly Souza, de Cuiabá, acusada de integrar um esquema de divulgação de jogos de azar online, como o “Jogo do Tigrinho”.

A decisão, tomada nesta quarta-feira (13), impôs medidas cautelares, entre elas uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de usar redes sociais e de exercer qualquer atividade econômica ligada a apostas ou sorteios.

Os desembargadores seguiram por unanimidade o voto do relator, Sérgio Luiz Arruda Parente, que atendeu parcialmente a um habeas corpus apresentado pelo advogado Rodrigo Pouso Miranda.

Emilly foi alvo da Operação Quéfren, deflagrada em 3 de abril pela Polícia Civil do Ceará, e presa apenas em 4 de junho, na casa da mãe, no bairro Santa Terezinha, em Cuiabá. Outra investigada em Mato Grosso, a estudante de odontologia Mariany Nayara Silva Dias, de Várzea Grande, foi solta em 30 de maio.

A Operação Quéfren

Deflagrada simultaneamente no Ceará, Mato Grosso, São Paulo e Pará, a ação cumpriu 13 mandados de prisão, 17 de busca e apreensão, 23 de busca veicular, 15 bloqueios de bens e valores, além de outras medidas.

As investigações começaram em abril de 2024 e apontam a existência de uma organização criminosa transnacional que teria movimentado R$ 300 milhões em dois anos.

Segundo a Polícia, influenciadores gravavam vídeos com ganhos fictícios em cassinos online e postavam nas redes sociais para atrair apostadores. Para isso, usavam contas “demo” — que simulam apostas sem dinheiro real — e ostentavam viagens pagas pelas plataformas como sinal de enriquecimento.

O grupo também indicava outros influenciadores aos chefes das plataformas, cujos proprietários, em sua maioria, vivem na China. Os pagamentos variavam desde valores fixos pela divulgação até comissões por novos cadastros e depósitos de usuários. Agentes das plataformas eram responsáveis por contratar influenciadores e organizar festas de lançamento.