Conteúdo/ODOC - Anne Cristina Casaes, conhecida no meio policial como “Dama do Crime”, foi solta pela Justiça de Mato Grosso nesta quarta-feira (16), menos de 24 horas após ser detida em Minas Gerais, durante um procedimento estético. Ela é apontada como uma das líderes de um esquema de fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro, alvo da Operação Reversus.
Apesar de morar em um condomínio de luxo em Cuiabá, Anne foi localizada em território mineiro, onde realizava uma lipoaspiração. A prisão foi coordenada pela Delegacia Especializada de Estelionato de Mato Grosso, com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, que monitorava os deslocamentos da investigada. Segundo o delegado Bruno Mendo Palmiro, ela já era considerada um dos principais alvos da operação.
“Ela tem diversas passagens e condenações por estelionato. Sabíamos da cirurgia e conseguimos efetuar a prisão no momento certo”, afirmou o delegado em entrevista à TV Cidade Verde.
A audiência de custódia foi realizada no mesmo dia, perante o Núcleo de Justiça do Juiz de Garantias em Cuiabá. O juiz Moacir Rogério Tortato concedeu liberdade provisória à investigada, alegando ausência de elementos que justificassem a prisão preventiva. Entre os fatores considerados, estão o fato de Anne ser mãe de um bebê e estar em recuperação da cirurgia estética.
O processo corre em segredo de Justiça, mas informações obtidas pelo portal Metrópoles confirmam que a acusada já responde a outras ações penais, incluindo condenações definitivas por estelionato.
A Operação Reversus tem alcance nacional e cumpre mais de 50 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão, buscas e bloqueios bancários. Os investigadores apuram fraudes iniciadas em 2023, baseadas em anúncios falsos de venda de carros e gado pela internet. Em uma das situações investigadas, uma vítima transferiu R$ 45 mil acreditando estar comprando um veículo, após ser enganada por um falso advogado.
As apurações também revelaram que o mentor das ações criminosas seria Crystian Nascimento Silva, de 28 anos, atualmente preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Mesmo custodiado, ele comandaria as fraudes à distância. O dinheiro obtido com os golpes passava por uma teia de contas bancárias em diversos estados antes de chegar a uma conta ligada a Anne.
Além de seu envolvimento com crimes financeiros, Anne é viúva de um homem com longo histórico criminal, que foi morto brutalmente na fronteira com a Bolívia — seu corpo e veículo foram incendiados, em um crime atribuído a facções criminosas.
Caso sejam condenados, os membros do grupo investigado podem enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão. As investigações continuam.