Conteúdo/ODOC - A Justiça de Mato Grosso condenou o empresário Flávio Henrique Lucas e sua esposa, a cirurgiã-dentista Mara Kenia Dier Lucas, a 21 anos de prisão em regime fechado, por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
A condenação foi proferida em fevereiro deste ano e veio à tona após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar habeas corpus a Mara na segunda-feira (15), mantendo sua prisão. Flávio também segue preso.
Na mesma decisão, também foram condenados Thiago de Oliveira, a 17 anos e seis meses, além de John Carlos Lemos da Silva, Tomaz Camilo Vieira Guimarães e Kelvin Diego Minott Egu, a quatro anos e dez meses cada. Já Pedro Benício Rodrigues de Sá foi absolvido.
A irmã de Flávio, a empresária Thaysa Lucas também foi condenada, em maio deste ano, a 18 anos e seis meses de prisão. Ela cumprindo pena em prisão domiciliar.
As condenações resultam da Operação Escamotes, deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2024 contra uma rede de tráfico de drogas e armas em Mato Grosso e outros estados.
Segundo o juiz Douglas Bernardes Romão, da 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, as investigações telemáticas mostraram que Flávio e Mara atuavam juntos na logística e no financiamento do transporte de drogas.
Durante depoimento, Flávio chegou a confessar envolvimento, mas tentou isentar a esposa.
A versão, no entanto, foi descartada pelo magistrado, que ressaltou que em conversas de WhatsApp e chamadas de vídeo Flávio foi flagrado negociando drogas e acompanhando, ao lado de Mara, operações de ocultação e carregamento de veículos. Para o juiz, não é crível que ela desconhecesse a prática ilícita.
De acordo com a sentença, Flávio era o gerente do esquema, responsável por organizar transportes, recrutar “mulas” e manter contato com fornecedores. Mensagens também revelaram negociações de armas de fogo, embora ele não tenha sido formalmente acusado por esse crime. Já Mara foi considerada a articuladora financeira, cuidando de pagamentos, aluguel de veículos e despesas de mulas, advogados e demais envolvidos.
A condenação de Thaysa Lucas foi definida em processo separado, mas também assinada pelo juiz Romão. Ela foi considerada financiadora da organização criminosa entre agosto de 2023 e fevereiro de 2024. Segundo a decisão, Thaysa injetava recursos para sustentar a estrutura criminosa, atuando em parceria com o irmão e a cunhada.
O magistrado destacou que ela desempenhou papel relevante, repassando valores consideráveis com a intenção de obter retorno financeiro. Também frisou que Thaysa tinha plena ciência da natureza ilícita da operação e contribuía deliberadamente para mantê-la ativa.