OPERAÇÃO GRAVATAS

Justiça condena advogados por favorecimento ao CV e suspende direito de atuar na esfera criminal

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Justiça condena advogados por favorecimento ao CV e suspende direito de atuar na esfera criminal

Conteúdo/ODOC - O juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Cuiabá,  condenou os advogados Roberto Luis de Oliveira, Jessica Daiane Marostica e Hingritty Borges Mingotti no âmbito da Operação Gravatas, por integrar organização criminosa.

A decisão foi publicada nesta segunda-feira (13). O advogado Tallis de Lara Evangelista foi absolvido  por falta de provas.

Roberto Luis e Hingritty foram sentenciados a cinco anos e cinco meses de reclusão. Já Jessica foi condenada a quatro anos e oito meses.

Deflagrada pela Polícia Civil de Tapurah em fevereiro do ano passado, a Gravatas encerrou um esquema de favorecimento a membros do Comando Vermelho. 

Na decisão, o magistrado ainda determinou a suspensão das atividades funcionais de Roberto Luis e Hingritty na esfera criminal, além da proibi-los de entrar em estabelecimentos prisionais ou unidades policiais. Eles ainda terão que usar tornozeleira eletrônica, bem como se recolherem em casa no período noturno, das 22h às 05h. Já Jessica deverá apenas manter o contato telefônico e endereço atualizados.

O juiz condenou ainda três membros da  facção criminosa. Tiago Telles, conhecido pelos apelidos “Sintonia” e “Mizuno”, foi sentenciado a sete anos, um mês e dez dias de reclusão.

Já Robson Junior Jardim dos Santos, apelidado de “Sicredi”, e Paulo Henrique Campos de Aguiar, o “Pele”, receberam penas de seis anos, dois meses e vinte dias de reclusão cada.

Diferente dos advogados, eles estão presos e cumprirão a pena na prisão. “Com relação aos réus Tiago Telles, Robson Junior Jardim dos Santos e Paulo Henrique Campos de Aguiar, mantenho a prisão cautelar (preventiva), isso porque os acusados permaneceram presos durante todo o processo, deverão iniciar as penas no regime fechado, são reincidentes em crimes de elevada gravidade, tais como tráfico de drogas e organização criminosa, além de serem réus e investigados em inúmeros outros procedimentos, o que demonstra a necessidade de garantir a ordem pública”, escreveu o juiz.

 A Operação Gravatas

 O policial Leonardo Qualio também foi alvo da operação, mas responde o processo na Justiça Militar.

A investigação da Delegacia de Tapurah aponta que os líderes da facção se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados e ao policial, que realizavam diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas.

Ainda são acusados de intermediar a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.